segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Estamos de Férias




Resolvemos fechar para balanço. Um tempo curtinho, um suspiro apenas, nem profundo é. Voltamos dia 1 de janeiro, com toda a alegria de viver e novos ares. A verdade é que fim de ano é corrido para todo mundo, e para que aqui não fique com mais faltas que presenças, resolvemos nos dar essa folguinha. Vocês deixam?
Bom Natal para todos e um excelente 2012. Porque ainda há muito para se fazer.



sábado, 17 de dezembro de 2011

Vamos nos permitir


                                                                                 Tema da semana: Ilegal, imoral ou engorda


Vivemos em sociedade e por isso devemos seguir determinados padrões para que o mundo não venha abaixo. Mesmo assim, muitas vezes as coisas fogem do controle e não sabemos o que fazer, o que agir. Temos medo de nadar contra a corrente, fugir desses tais padrões, nos privamos de vontades, desejos.  

É complicado fugir do que a maioria acha que é certo, moral, legal. Mas às vezes é bom sair da linha, se jogar no que é ilegal, imoral ou engorda. Provavelmente não se morre por isso e é aí que a vida tem graça, aí que a gente aprende. É necessário permitir-se. 

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Não pode não


Tudo o que é proibido é mais gostoso. Passei a adolescência ouvindo isso dos amigos. Só ouvindo mesmo, porque sempre fui muito na minha - o que não me impediu de matutar sobre o assunto.

É emoção do risco, da possibilidade de ser pêgo, descoberto. Adrenalina pulsante e intensa. O que é ilegal ou imoral acaba nos pondo em estado de alerta. Ou será o prazer transgressor e subversivo e fugir às regras? Regras são feitas para serem quebradas. Acho importante saber obedecer e desobedecer também, seguir a regra, mas sei deixar de questionar a autoridade. Ser vaquinha de presépio é complicado (citação natalina). 

Quanto ao que engorda, há explicações científicas para o fato de alimentos calóricos serem mais interessantes para nosso organismo. Mas acho que essa coisa do prazer proporcionado pelo que é ilegal, imoral ou que engorda é muito cultural também: aquilo o que a mídia, as tribos e a sociedade dizem que é bom e vale o risco - seja o de ser preso, ficar mal visto ou simplesmente engordar.

Talvez tudo o que é bom seja ilegal, imoral ou engorde mesmo - o que não significa que o que não seja ilegal, imoral ou que engorde seja necessariamente ruim.

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Realize-se!




Algumas de nossas escolhas até são delineadas pelas expectativas dos outros, mas nem sempre é assim, acho que muitas vezes só preferimos corresponder às esperanças alheias a revelar nossa vontade contrária, porque é cômodo não incomodar, porque dá trabalho subverter.

Mas olha, se a vontade é comer um pouco mais enquanto o mundo está de dieta, por que não comer?! Só faça um favorzinho pro mundo, assuma os “riscos”, de comer ou não, por exemplo, porque no fim das contas é você mesmo o seu próprio juiz.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Joguei a toalha!


“Há muito me perdi entre mil filosofias
Virei homem calado e até desconfiado
Procuro andar direito e ter os pés no chão
Mas certas coisas sempre me chamam atenção
Cá com meus botões, bolas eu não sou de ferro”


Sabe quando você tenta fazer tudo certo, pensa mil vezes antes de agir, procura agradar a todos, se preocupa com os outros, com os sentimentos alheios, calcula cada passo que dá para ver se vai ser o correto?

Então... Isso CANSA!

Tem hora que há tanta coisa em minha cabeça que a única coisa que eu consigo fazer é jogar tudo pro alto e agir sem pensar. Parece que é o único jeito de me libertar um pouco das minhas “nóias”.

Falando em uma linguagem mais chula, há horas que preciso ligar o “foda-se”, afinal, não sou de ferro!


domingo, 11 de dezembro de 2011

PoBREma Meu


Tema da semana: Ilegal, imoral ou engorda (música).

Se faço alguma coisa sempre alguém vem me dizer

Que isso ou aquilo não se deve fazer



Existem muitas coisas que devem ser feitas e muitas coisas que não devem ser feitas, mas acredito que cada um sabe daquilo que deve e não deve ser feito pela sua própria pessoa. Quando se trata das grandes coisas, beleza que brotem palpites por todos os lados... Mas morro de preguiça dos palpites a respeito das pequenas coisas.


Briguem comigo, ou me orientem, quando eu for preconceituosa, quando eu cometer um crime contra o mundo, quando meu comportamento estiver magoando pessoas em série, ou quando eu estiver jogando minha vida fora ao mesmo tempo em que sujo seu tapete, ou gritando de um modo que te dê dor de cabeça...


Mas não me venham com discursos sobre a vida desorganizada que eu levo, sobre o quarto bagunçado em que eu durmo e o carro sujo que eu dirijo... A não ser que você more na mesma casa que eu, que minha vida mude a sua completamente, que você seja meu pai, minha mãe, ou que vá casar comigo (haha)... Caso contrário, você não tem nada a ver com as pequenas coisas que compõem o meu cotidiano.


E se o que eu gosto é Ilegal, Imoral ou Engorda, deve ser problema meu... Afinal, quem é que vai ser presa? Quem é que vai ficar desmoralizada? Quem é que não vai caber nas próprias roupas?

Aliás...

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Solidariedade

Tema: Coisas boas do Brasil

Entre tantos pontos positivos que eu ainda consigo enxergar nesse país, o que mais me dá orgulho é esse: a solidariedade do nosso povo. Não fiz nenhuma pesquisa pra estabelecer aqui uma comparação entre o Brasil e outros países nesse aspecto, mas reconheço nos brasileiros uma capacidade incrível de estender a mão ao próximo. E não estou falando de campanhas da TV como o Criança Esperança ou o Teletom - que acredito que têm seus méritos, porém não irei discutí-los aqui - mas do tipo mais simples de ajuda. Aquele tipo de ajuda que você dá ao seu vizinho, ao colega de trabalho, ao deficiente visual que precisa atravessar a rua ou mesmo ao seu melhor amigo.

Um exemplo que cai muito bem a esse assunto, são as campanhas solidárias de natal que existem em todos os lugares. Várias pessoas se mobilizam para ajudar aos que precisam e eu acho que essa é a maior prova de que somos uma nação feita de pessoas que valorizam o ser humano, apesar de tantos pesares. Somos representados politicamente por seres humanos que nem sempre se preocupam com a dignidade do nosso povo, mas existem pessoas que fazem questão de usar um pouco do seu tempo para se dedicar a alguém que está numa condição inferior e precisa de apoio.

Na semana passada eu recebi um email de um conhecido que está organizando uma campanha solidária para ajudar um asilo, uma creche e uma escola da minha cidade natal, Congonhas. Um grupo de amigos que está se mobilizando para arrecadar doações para essas instituições e fazer o natal dos velhinhos e das crianças mais feliz. Na mesma hora respondi confirmando minha ajuda e fiquei muito feliz em poder dividir um pouco de carinho e atenção com alguém que tanto precisa. O ato de doar uma roupa, um alimento ou um brinquedo para outra pessoa vai além: junto com o bem material ou a comida vai um abraço, um carinho, um sorriso. E acima de tudo, a mensagem de fé, de força, de coragem, de esperança. No fim das contas quem doa acaba ficando tão feliz quanto ou até mais do que quem recebe a doação.

Além das campanhas natalinas, o ano inteiro vemos outras campanhas com o intuito de ajudar a quem precisa. E em muitas vezes não é preciso nenhum recurso financeiro, apenas uma dose de boa vontade. O pouco que doamos pode ser muito a quem recebe. É essa força solidária que nos une e constrói um país melhor, apesar de tantas diferenças.  

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Com muito orgulho, com muito amor


Tema: Coisas boas do Brasil

Eu poderia falar muitas coisas sobre o potencial econômico, ambiental e político do Brasil, citar alguns dados, mas resolvi falar das coisas simples que vejo no dia-a-dia morando fora do meu país querido.

Quando vou ao banco aqui na Espanha, normalmente existe um caixa eletrônico e um ou dois atendentes no máximo! Pelo caixa eletrônico só posso sacar dinheiro ou ver meu extrato, não há as opções de transferência, recarga de celular, depósito e pagamento de contas, por exemplo, que temos no Brasil. 
Nos restaurantes, bares, supermercados e até mesmo nos lugares turísticos, é muito raro ser recebida com um sorriso. Pelo contrário, parece que qualquer cliente que aparece está atrapalhando o comerciante, fazendo-o trabalhar, e assim te tratam com a maior estupidez que pode imaginar.  Em uma Espanha em plena crise, todo o comércio fecha durante a tarde para a “siesta”, famosa dormidinha depois do almoço, que aqui dura 4 horas!

Não há aqui ou em qualquer outro país que já fui aquele sorriso brasileiro, o esforço para tratar bem seu cliente, a “mímica” para ajudar os estrangeiros, o esforço para manter seu trabalho, seja ele qual for.
Também não há nos países da Europa toda a higiene que temos no Brasil. Aqui a pessoa que prepara a sua comida é a mesma que recebe o seu dinheiro, sem luvas ou qualquer tipo de cuidado, como lavar as mãos. Assuar o nariz e depois continuar fazendo a sua comida é normal. Não é como na maior parte dos lugares no Brasil em que se usa toucas e luvas em restaurantes. Na glamorosa Paris, por exemplo, cruzamos com um rato no meio do Mc Donald’s. E para as pessoas que estavam lá, parecia normal aparecer o animal em um estabelecimento como aquele.

Serviço odontológico é muito caro por aqui, raras são as pessoas que têm os dentes certos ou até mesmo uma simples higiene bucal.

E para fugir um pouco dos costumes das pessoas, posso falar da música brasileira. A variedade de estilos que temos é demais, nossos ritmos são contagiantes. Não há um estrangeiro que não me fale de Tom Jobim. Nós temos o samba, a bossa nova, a MPB, estilos únicos.

Sei que o Brasil ainda tem muito para melhorar, e que esses outros países que citei têm muito a nos ensinar. O povo brasileiro tem que evoluir. Mas a energia que tem o Brasil, eu nunca senti em nenhum outro lugar do mundo. Sou suspeita para falar, por ser brasileira, mas a verdade é que todos os estrangeiros que conheço são apaixonados pela alegria brasileira, pena que às vezes nos esquecemos de valorizá-la. 

sábado, 3 de dezembro de 2011

O que está acontecendo?


2011 foi o ano do Facebook. Milhares de pessoas migraram do Orkut para lá, ou aqueles que não usavam mais a ferramenta do Google resolveram dar uma chance à  rede social criada por Mark Zuckerberg  também.

Uso o Facebook desde o ano passado, mas minha conta é “antiguinha”. Confesso que tive e ainda tenho resistência quanto a ele, não publico mil coisas no meu mural, só links que eu gosto. Tinha meu Tumblr habilitado para que as postagens fossem direto pra lá, mas o bichinho do bom senso me picou e eu tirei esse aplicativo.

Mas o intuito do texto de hoje é perguntar: o que está acontecendo com o Facebook? De uns tempos pra cá vejo mil e um compartilhamentos de “em Goiás é assim”,O melhor do melhor do mundo” e mais recentemente ainda fotos contendo pedofilia, escatologia, aborto (ou bebês abandonados), pessoas violentadas. Tudo isso é COMPARTILHADO, ou seja, fulano clica e distribui aquele tipo de conteúdo para os contatos. Então eu me pergunto: quem, em sã consciência, acha que a foto de uma criança ESPANCADA, sangrando, conscientiza a respeito da violência infantil?

Não bastasse isso ainda vemos ideias preconceituosas, opiniões que nem precisariam ser divulgadas, ali, piscando em nossa página.

Você me diria que é simples excluir as pessoas e seus compartilhamentos, cancelar assinatura ou sei lá o que... Mas para muitos um simples excluir pode causar quase uma terceira guerra mundial. As pessoas se sentem ofendidas se você cancela a assinatura delas, mas não pensam que nos sentimos ofendidos com esse excesso de cultura (?) inútil explodindo na nossa cara o tempo todo. Não é fácil.

Desculpem o desabafo. 


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Porque a música brasileira morreu. Onde que eu não vi o cortejo passar?

(ou Das coisas que me irritam)

Alguém me disse certa vez ou passei eu a vida toda dizendo: não é porque você não vê que determinada coisa não existe. Exemplo clássico: ar. Exemplo do momento: a boa música nacional da atualidade. Basta que o ar se desloque que percebemos vento e sua força. Basta que a gente desloque se desloque da zona de conforto para ver (e ouvir) a música e sua força.

Longe da grande mídia, vêm surgindo novas bandas, compositores e cantoras de primeira. E o que as pessoas sabem fazer é reclamar que o rock nacional morreu, que a MBP morreu e que estamos num estado catastrófico no qual não existe mais boa música nacional.

Mas eu adoro contrariar e sempre acabo esbarrando com coisas encantadoras. Eis alguns exemplos:




 

 



 

Claro que as minhas sugestões são coisas que têm a ver com o meu gosto musical. Fato. Mas pelo que ando fuçando sobre gêneros musicais, tem para todos os gostos. O segredo é desligar a tevê e buscar outras fontes. Se bem que mesmo na tevê dá para encontrar coisas bem interessantes. Fica a dica.

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Sobre escrever








Não me lembro de quando foi que comecei. Sei que as notas das produções de texto na escola sempre foram boas. E guardo até hoje uma medalha de um concurso de redação. E guardo também os boletins com as notas vermelhas de matemática. E de repente, veio a internet e essa coisa de diário virtual. E aí eu me apaixonei. No início, meio sem jeito, sem graça, sem assunto. Devagarinho fui me despindo da timidez e me vestindo de palavras, me enfeitando de reticências, exclamações e interrogações. E fui conhecendo outras letras, outros diários e aos poucos, entrando nesse universo alternativo chamado blogosfera. Hoje, me sinto em casa. Ainda guardo alguma timidez, alguma falta de jeito e vez ou outra repito os assuntos ou fico sem nenhum.

Encontro inspiração pras baranguices que escrevo no meu cotidiano e nas caraminholas da minha cabeça. E às vezes misturo uma coisa com a outra. No Transbordando, rola muita coisa minha. Muito sentimento, muitas perguntas, poucas respostas, algumas alegrias, algumas angústias, poucas lágrimas, muitos sorrisos e sonhos infinitos. Aqui, no Meninas, sempre precedida por um tema, cada semana é um desafio. Às vezes, a D. Dai faz a gente quebrar a cabeça e juntar tudo denovo pra ver se sai alguma coisa. E no final, acaba saindo! E eu sempre me surpreendo com o que consigo expor e mais ainda com a repercussão disso e as diversas opiniões e discussões que surgem a partir de uma ideia. Gosto da forma como algumas palavras minhas podem tocar o outro e fazer o outro refletir ou até se emocionar com o que me emociona. Isso se chama identidade. E a identidade entre leitor e autor é feito mágica. É lindo! Brilha, pisca, reluz.

Às vezes me chateia quando vem alguém e diz: "isso foi pra mim?" "Isso foi pro fulano?" "Isso aconteceu ou você inventou?" Preferia que não existissem esses questionamentos. Preferia que isso não importasse tanto. Mas entendo a curiosidade das pessoas e sei também que isso faz parte do processo de identidade com o texto, que é o que me fascina. O que importa é que sendo ficção, sendo baseado em fatos reais ou verídico, é meu. É meu pro mundo. É o que sai de mim e que eu gosto de dividir com os outros com uma pergunta implícita: acontece com você também? Escrever é o que eu mais gosto de fazer. E eu agradeço a vocês que me lêem pela paciência. Agradeço à Dai pela oportunidade. E agradeço às meninas pela companhia. E espero ficar por aqui, por quanto tempo for possível, porque isso aqui tá uma delícia!

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Curtindo na rede (2)


Ano passado, excluí minhas contas de todas as redes sociais em que me atrevi criar um perfil. Enjoei. Na virtualidade mesmo só mantive meu blog, mas amigos me diziam que era bacana se manter conectado e tal, daí, voltei pro “face”, porque é sim bacana se manter conectado, informado e todos os etc da vida on-line, no entanto, ainda não era minha intenção ter um milhão de amigos, porque eu não tenho um milhão de amigos. 

Porém, é um problema recusar convite de amizade, especialmente daquele que você sabe que está certo do seu sim, por outro lado, aceitar sempre implica em ter um montão de coisas que não o (a) interessam no seu “feed”.

E, embora me importe com os sentimentos alheios, eu não curto fazer média! Então, geralmente não aceito aos convites de amizade de quem eu não tenho proximidade (e eu não estou falando de proximidade geográfica); ocasionalmente faço uma “faxina” entre os “amigos”, (algumas pessoas mantêm um perfil, mas não usam, outros falam com todos menos comigo_ esses últimos vão pro limbo fácil!); raramente faço convites; e, via de regra, assino apenas atualização de status.

Contudo, não faço isso por me achar mais “mega power” que os outros, na verdade, faço porque não pretendo ser como os que se estabelecem como juízes de seus “amigos” e ficam tirando onda com os posts que consideram inúteis_ acho isso feio! Até porque, eu mesma uso o Facebook para, além de compartilhar leituras que considero interessantes, tratar de banalidades, porque suponho que entre meus amigos eu possa ser, inclusive, a bobona que eu sou.

sábado, 26 de novembro de 2011

Quase uma unanimidade

Tema: Máscara

Usamos diferentes máscaras para diferentes situações. Sim, NÓS usamos. Não adianta usar o discurso do "sou assim o tempo todo", pois sabemos que a banda toca bem diferente e que praticamente todos nós usamos máscaras todos os dias para as mais diferentes situações.

Poderia dizer que elas estão intimamente ligadas aos nossos comportamentos, que são nossos sentimentos e como QUEREMOS parecer para os outros? Sim. E veja bem, como QUEREMOS. Daí para ser de verdadeiramente daquele jeito ou para convencer já é outra história.

Eu poderia também aderir aqui ao discurso da Pitty “o importante é ser você (...) tire a máscara que cobre o seu rosto...”, mas, meu amigo, vou te dizer, depois de um tempo as tais máscaras de fato são necessárias, artigos de sobrevivência mesmo. Usá-las tem a ver com falsidade? Sim, mas nem sempre. Elas têm a ver também com jogo de cintura ou política da boa vizinhança. Muitas vezes sem querer somos obrigados a colocar a máscara da seriedade, do bom comportamento, da segurança, do bom humor, antes que nos joguem na arena para os leões.

O problema é quando a tal máscara gruda e a pessoa deixa de lado quem de verdade para assumir um papel que não é dela, para não ser ela. Daí nem sempre há o retorno à essência. Bem complicado.



sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Máscaras: você fica sem?


Eu não. E estou despida de qualquer máscara quando digo isso.

Dá pra gente dizer tudo o que sente? Tudo o que pensa? Se expor sabe-se lá para quem? E a troco de quê? Vale a pena ser sempre sincero sem se importar com o quanto uma coisa pesa nos ombros do outro? Ou nos nossos? Dá para se entregar para o outro sem cerimônia: nossa miséria e nosso júbilo?

Não.

Eu aprendi da pior forma que não - e tenho marcas para provar isso.

Além disso, sob o discurso do "sou sincero", já vi muita gente cometer atrocidades. Porque sinceridade virou sinônimo de falta de filtro: digo o que penso porque sou sincero e não uso máscara. Sinceridade também é jeito, quando não puder ser delicadeza - o que muitas vezes acontece.

Acho que as máscaras são mais uma daquelas milhares de coisas que podem se tornar boas ou más: são neutras por excelência a servem aos nossos propósitos. É o caráter e a intenção de quem a usa que define o que ela vai ser. Você pode é claro ser a pessoa mais falsa do mundo, mas não é disso que estou falando: estou falando de sensatez, tanto para si mesmo quanto para os outros.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Eu só me enfeito


 Tema: Máscaras






Assim como os acessórios que valorizam a roupa e a maquiagem que disfarça algumas imperfeições, as máscaras me caem bem. É a elas que eu recorro pra tentar ser um pouco discreta no que diz respeito ao meu interior. Àquilo que eu pretendo revelar apenas aos mais íntimos, ou a ninguém. E são elas também que me ajudam a manter em segredo um sentimento ou um pensamento que não precisa ser revelado, para que não me faça sofrer e não decepcione o outro. 

Apesar disso, minha cara me condena. Meu passado, nem tanto. Mas parece que eu tenho o coração delineado nos olhos e pintado nos lábios. Preciso fazer um esforço danado pra convencer o outro de que está mesmo tudo bem. Mas sigo tentando fazer uso sim, das máscaras, apenas como um delicado enfeite.

 Porque nem todo mundo merece conhecer a pessoa meiga e romântica que existe atrás do meu bom dia. Porque nem todo mundo precisa conhecer a pessoa doce e sonhadora que existe atrás do meu obrigada. E menos gente ainda precisa conhecer a pessoa carente e ansiosa que existe atrás do meu com licença.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

O eu e o Monstro


Não. Não me fale em paz de espírito. Guardo embaixo do tapete todos os meus pecados, todos os meus erros. O esqueleto está no armário. Cultivo duplicidades. Lustro a placa pendurada na porta onde se lê: Fantasmas, sejam bem-vindos.

Não me fale em autenticidade. Em meu corpo etiquetas várias: Made in China. Made in Paraguai. Made em manicômio.

Não me fale em transparência. Faço da vida um baile de máscaras. Sob os paetês encontra-se em perfeito estado a cara do Jason. O espelho ecoa o “quem é você” e eu devolvo "quem é você?" e nesse círculo vicioso dialogamos. Sou aquilo que se vê, e sou mais ainda aquilo que me guardo.

Não me fale em coerência. Pela liberdade de ser quem não se é. Pela liberdade, inclusive, de escrever o que não se é.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

E você usa o quê?!


Tema: máscaras

Duro é saber que as pessoas não se vestem apenas com as máscaras que lhe escondem o verdadeiro humor do dia, mas com as que lhe escondem a verdadeira identidade, que não poucas vezes, pode ser tão surpreendente que me leva a pensar se, de fato, foi mesmo a máscara quem auxiliou o engano, ou foi a venda nos olhos de quem olhou “o mascarado”.

Ora, muitas vezes, percebo a grande confusão ao se ter atitudes como: formalidade, educação, consideração em momentos atribulados, por assim dizer, onde seria natural agir de maneira contrária, como se isso fosse disfarce, máscara. Mas seria mesmo um disfarce não “misturar as estações”? Eu, por exemplo, para "o grande público", sou séria, tímida, comedida, mas quem me conhece um pouco mais, sabe que posso ser bem diferente disso, costumo dizer, inclusive, que isso é o bônus da intimidade. Estaria eu fingindo ser séria, tímida, comedida?! Acho que não.

Então, como distinguir o fingimento da sinceridade, o “apropriado para o momento” do “fazer média”? Difícil saber, pois ninguém é o mesmo com todo mundo em todos os momentos, e é igualmente difícil saber se o fulano é quem está de máscara, ou se sou eu quem está usando uma venda.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Minhas mil faces


Tema: Máscaras


Máscaras são usadas para cobrir o rosto. Assim, com o rosto coberto, os outros não podem ver sua real expressão. Fica mais fácil, você pode simular todos os seus atos e manipular quem está ao seu redor. Se você tiver medo ou vergonha de se mostrar, é só escolher uma máscara e colocá-la.  Se você quiser saber quais as reais intenções dos outros antes de realmente se revelar, a máscara também pode ser útil.

Confesso, tenho minhas máscaras e as uso quando preciso. Às vezes me ajudam às vezes me atrapalham. Às vezes escolho a máscara errada ou às vezes ela simplesmente cai antes da hora, sem que eu perceba. Nesses casos, a exposição prematura me assusta, sinto-me nua. Mas passado o susto, é quando me sinto mais à vontade dentre todas as situações... Usando apenas a máscara da minha pele.

domingo, 20 de novembro de 2011

You're wearing a mask. You look better that way, but will rain.


Tema: Máscara.

É meu amigo, a máscara lhe cai bem.  Se você tirar a máscara, se mostrar a pessoa carente e egoísta que você é, provavelmente as pessoas vão te evitar permanentemente. Você se sai bem nesse jogo de fingir ser boa pessoa, de fingir ser amigo, de fingir estar à disposição. Seu sorriso envolve e as pessoas muitas vezes nem percebem que são usadas como alimento para o seu ego...

Eu, no seu lugar, não tiraria a máscara. Principalmente porque acredito que debaixo dela não há nada agradável. De qualquer forma, preciso avisar, uma hora chove, sempre chove, e nessa hora a máscara vai desmanchar...

Inspirações:


sábado, 19 de novembro de 2011

Vida, escolhas, aprendizado


Tema da semana: escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida.
“A vida é feita de escolhas”. Tenho reforçado isso a cada episódio de Being Erica que vejo. Já falei sobre a série anteriormente e uma frase muito forte dita pelo personagem Dr Tom é “somos a escolha das nossas decisões”. A partir do que escolhemos, dos caminhos que percorremos, nossa vida vai sendo moldada, inventada.
Não acertamos o tempo todo, é através dos erros e dos incidentes escolhidos ou deixados na prateleira que vamos nos aprimorando. Faz parte do aprendizado errar, acertar, cair, levantar.
Acontece também que a gente acha que inventa, a gente acha que escolhe, mas não é simples assim. A gente não vive sozinho no mundo e é aí que o bicho pega. Nossas escolhas muitas vezes mexem com as escolhas alheias, o nosso bater de asas aqui vira um tufão na casa daquele conhecido ali ao lado. Qualquer semelhança com a tal Teoria do Caos não é mera coincidência. São as nossas decisões que definem caos e calmarias futuras.
Seria tudo lindo se essas decisões dissessem respeito somente a nós mesmos. Mas não é isso que acontece.  O que deve ser decidido pra mim às vezes é algo que o outro deve ou quer  ignorar. Portanto, é preciso tomar muito cuidado. Fácil não é.


sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Ou isto ou aquilo... O que traz cada um?

Tema: Escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida


Às vezes, eu me vejo como uma dessas pessoas que abraça tudo o que a vida me coloca. Na verdade, nem sempre é assim. Com os incidentes é a mesma coisa: a vida embaralha e oferece as cartas, mas sou eu quem escolhe o que fazer, quando fazer, como fazer. E ainda se vai fazer. É um poder de escolha unicamente nosso. O que não quer dizer que a gente tenha o poder de escolher todas as coisas...

... Mas por que  não escolher os incidentes que pudermos?
 
Bom, sempre se escolhe uma coisa em detrimento da outra, o que quer dizer que ao escolhermos alguns incidentes, desprezamos outros, certo? Afinal, não dá para ter tudo. 

As nossas escolhas são em parte responsáveis por aquilo o que nos tornamos. Ou nos aquilo o que somos influência nas nossas escolhas? Acho que como várias coisas na vida, é uma via de mão dupla. O fato é que os incidentes que a gente escolhe fazem com que nosso caminhos possam ser os mais diversos.

E o que passa a nos rondar é: E se... o incidente fosse outro, o caminho fosse outro, o emprego fosse outra, a decisão fosse outra, a pessoa ao nosso lado fosse outra?

Se a gente  não escolhe ao acaso, a vida também não é inventada ao acaso. Vejo as pessoas andando por aí com pranchetas, canetas e folhas de desenho invisíveis, podendo, a qualquer hora, inventar a própria vida. E toda a vez que alguém escolhe não escolher, se priva simplesmente de viver:

A sua folha de desenho existencial não passa de um borrão de carvão.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Aceito a condição.

Tema da semana: escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida.

Pois é. Quantas vezes eu já disse isso? Acho que do alto dos meus 24 anos, essa é a verdade que já aprendi da vida: tudo é uma questão de escolha. E uma escolha sua. Ou minha. Melhor: nossa. Porém eu posso te escolher e você não me escolher. Ou vice-versa. E assim a gente vai inventando a nossa história.
 
O grande lance é que para cada escolha tomada, o cara necessariamente vai abandonar uma outra possibilidade. É isso que precisa ser entendido e aceito. Abre-se uma porta, fecha-se uma janela. E talvez seja essa a grande dificuldade que mora atrás de uma escolha.
 
Eu sou a indecisão personificada. Detesto essa condição. Porém, aceito a condição. Concordo com o Amarante. Por isso, essa é a minha música: 

  


Ah, se o que eu sou
É também o que eu escolhi ser
Aceito a condição
Vou levando assim
Que o acaso é amigo
Do meu coração
Quando fala comigo,
Quando eu sei ouvir...
 
Rodrigo Amarante

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

À memória, essa deusa

Tema da semana: escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida.


E a vida é de novo feita assim, de escolhas. Não sei se essa frase me caiu como um raio como diria o Poirot da Agatha Christie, mas sei que ela me partiu em dois. Na verdade a maior parte de nossa história, de ideologias, de gostos e amores são frutos da memória e só. Você podia odiar aquele menina que te encheu o saco quando você tinha 10 anos, mas algo que ela/você fez apagou da memória a crueldade e hoje ela é sua madrinha de casamento.


Você poderia enfim sair daquele relacionamento que está te machucando demais e que você diz que não em busca de um autocontrole que nem é autocontrole e opta por lembrar apenas de como a  noite anterior foi ótima e esquece que a despedida foi péssima.


Como quando você lembra que quem te sugeriu essa música muito massa foi aquela pessoa especial pakas e daí ouve e ouve e ouve mesmo a letra sendo fraca, a melodia descompassada e a cantora desafinada e mesmo que você queira dizer que ela é assonante a verdade é que isso te dói os ouvidos.


Ou quando você ignora que nesse emprego não há chances de mudanças e faz tempo que não se dedica para que isso aconteça mas mesmo assim finge que está tudo bem e que a oportunidade está por vir.


Talvez quando pela milésima vez o cara que você transa chega ao clímax e "ano-luz" é a melhor definição para quão distante você está distante de alcançar o mesmo mas mesmo assim você sorri quando ele vira para o lado e dorme porque você sabe que fez alguém feliz no mundo.


A sua vida não é uma questão de fatos, mas de memória. A mediocridade não é feita de memória, mas de fatos.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Nem tudo conta!

Tema da semana: escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida.


Ao ler o tema, chamou-me a atenção o “inventar a própria vida”, isso fez eu me lembrar de uma amiga que se lhe perguntam “como vai?” ela responde com um “tudo bem, se eu não tiver que contar os detalhes”.

Então, me diz aí, na resposta dela, não, não está tudo bem porque existem detalhes ignorados? Ou sim, está tudo bem porque o ignorado é só detalhe? Hã?! 

Percebe como essa questão de priorizar ou desprezar algo é extremamente pessoal e circunstancial?! Talvez sua resposta de hoje não seja a que você teria dado semana passada, ou sua resposta de hoje não se mantenha até sua próxima crise, enfim.

Seja como for, assim como minha amiga, alguns preferem sempre destacar o que lhes deixam mais confortáveis, o que não significa necessariamente que ao desprezarem determinada situação ela deixe de existir, isso é fato. Mas se está nas mãos de quem conta (vive) um "conto" aumentar um ponto, é possível diminuir também, ué!


domingo, 13 de novembro de 2011

Sobre as minhas escolhas.



Tema da semana: "Escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida".

As vezes eu escolho lembrar de cada sofrimento, as vezes eu escolho lembrar de cada sorriso. As vezes eu escolho acordar e visitar túmulos, as vezes eu escolho acordar e esquecer os mortos. As vezes eu esqueço as saudades, eu esqueço os carinhos e não quero que meus olhos brilhem lembrando as coisas que eu não vou ter mais. As vezes eu sinto as saudades e deixo meus olhos brilharem, ainda que eu saiba que é um brilho provocado mais pelo passado do que pelo presente. As vezes eu escolho ouvir uma criança e receber todo o carinho que ela tem pra me oferecer. As vezes eu escolho me irritar com o choro e deixar a criança por conta de quem a colocou no mundo. As vezes eu escolho tomar os remédios e cuidar de cada problema, mas as vezes eu escolho esquecer os remédios e encontrar uma forma de aumentar os problemas...  De qualquer forma, eu sempre escolho. Mesmo que a escolha seja me abster de escolher...

sábado, 12 de novembro de 2011

Quem garante?


Tema da semana:   Perto e distante, Tiê
Mexer com pessoas é complicado. Como já disse Martha Medeiros, misturá-las também.  Como bons humanos que somos, temos costume de julgar, rotular, estereotipar o outro, o que mostra que não sabemos conviver com aquilo que é diferente. Criamos expectativas em cima de pessoas sem que elas saibam (geralmente), no frustramos e depois ainda nos achamos no direito de dizer “Ah, fulano, como você me decepcionou”.
Então espera: estamos aqui, nesse mundo, para agradar os outros ou para nos agradar? Devemos atender àquilo que esperam da gente SEMPRE, mesmo que isso signifique deixar de lado nossas vontades, nossos anseios? E a nossa personalidade, nossas vontades, onde ficam?
Interessante como tantas vezes estamos convictos daquilo que somos e, no fim, a imagem que os outros têm é COMPLETAMENTE diferente daquilo que a gente afirma ser de fato. Somos estereotipados, carimbados e julgados tantas vezes por um ato, sendo que muitas outras  vezes somos muito além daquilo ali.  E se você tenta se afirmar, se explicar, mostrar que não é bem como dizem ainda te julgam como sem personalidade. Não sei lidar com isso.
Eu consigo garantir que sou quem eu digo que sou e sinto como digo que sinto. Os outros têm mania de achar que nos conhecem mais que nós mesmos, que sabem dizer exatamente como nos sentimos e pensamos em determinadas situações e acredito que não é bem por aí.
No fim eu ainda me questiono: quem garante que eu de fato não sou como me veem, mas não tenho peito para assumir isso? Vai que um dia descubro que não sou como penso que sou, mas como me veem, de verdade?
Confuso e complexo. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Das minhas expectativas sei eu, você sabe das suas

Tema da semana: Perto e distante, Tiê

Eu vou me frustrar e o outro também porque, por mais que a gente se dedique a preencher expectivas, nunca dá para ser o que o outro espera. E a troco de quê? Evitar conflito? Facilitar a convivência? Se acomodar porque é conveniente?

Não garanto que sou aquillo que o outro espera de mim porque não tenho controle sobre o que se passa em sua cabeça, coração e estômago. Tenho controle sobre as minhas ações e elas têm, é claro, um certo alcance nos demais. Mas como os outros vão me interpretar, me ler... Bom, não posso fazer nada a respeito.

Do mesmo modo, as pessoas não são o que esperamos delas e por isso a gente se frustra e se frustrar faz parte. O problema é que hoje em dia ninguém quer se frustrar, sentir dor, sofrer. Não que a gente deva querer, naturalmente. Todo mundo tem que caber na medida de nossos sonhos e expectativas e aí deles (e de nós, na verdade) se não der certo.

Acho que dá para ser muito mais feliz pensando muito mais no que as pessoas tem a oferecer do que exigindo coisas que não estão nelas ou que não estão preparadas para ser.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Parece mas não é

Tema da semana: Perto e distante, Tiê


Mesmo que às vezes seja chato parecer ser o que não é, gosto de brincar com esses rótulos. Tem coisas na gente que qualquer um é capaz de reconhecer, não importa se de perto, ou distante.

- Você é tão meiguinha!

Mas talvez pouca gente ou quase nenhuma consiga se aproximar a ponto de enxergar além. Pouca gente é capaz de entender de nós, aquilo que passa despercebido a nós mesmos. E algumas outras poucas sabem muito bem quando estamos usando um disfarce.

- Você não é mal-humorada!

O engraçado é quando alguém consegue acertar logo aquela máscara que você usa só de vez em quando e com bastante delicadeza, pra que tudo - até mesmo você - se torne invisível. Surpreender-se com descobertas a nosso respeito pode ser bom. Eu gosto das pessoas que conseguem me ver de longe e me enxergar de perto. Mas eu adoro fazer com que imaginem que estão diante de uma miragem.






quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Rótulo diz alguma coisa


“Quem garante
Que o que você é
É o que o outro enxerga?

E qual a nossa parcela de responsabilidade em ser uma coisa e parecer outra? Ou, que obrigação temos de parecer o que somos? Ou ainda, que culpa temos em sermos o que parecemos e não nos darmos conta disso?
Às vezes é um fardo ser o que parecemos. Nos rotulam: nerd, patricinha, gostosa, hippie, supérflua, crítica, egocêntrica, inteligente, engraçada, “pau pra toda obra”, durona, frágil.

Somos e não parecemos
Quando nos rotulam pelo que parecemos mas não somos é triste. Nos rotulam de desencanadas e adeus, qualquer tentativa de se maquiar e arrumar vai parecer uma tentativa desesperada de desencalhar ou a “perda da essência”.

Parecemos e não somos
Quando não somos [apenas] o que parecemos é difícil. Nos rotulam de duronas e adeus, nunca mais você pode assumir que só queria um colo e poder chorar em paz pelo momento miserável que está passando.

Somos e parecemos
Quando somos o que os outros pensam que somos, e reconhecemos isso, agir conforme as expectativas pode ser um problema. Nos rotulam de engraçada e adeus, nunca mais você poderá ficar 3 minutos quieta em uma mesa.

Eu tenho a seguinte filosofia: o rótulo diz algo sobre o produto, mas para conhecê-lo é preciso prová-lo.

                             

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Não há garantia.




Quem garante que meus esforços serão reconhecidos? Quem garante que meu amor será correspondido? Quem garante que estou no caminho certo? Quem garante que eu não serei enganada novamente? Quem garante que você é o certo? Quem garante que eu serei entendida? Quem garante que você me amará para sempre?

Quem garante?

domingo, 6 de novembro de 2011

Eu garanto.


Tema da semana: Perto e distante, Tiê . (música)

“Quem garante
Que o que você é
É o que o outro espera de você?
(...)
Quem garante
Que seguindo adiante eu possa enfim viver?
Sem me comparar
Sem me entristecer
Sem tentar mudar
Sem poder entender
(...)
Quem garante
Que o que você é
É o que o outro enxerga?”



Eu garanto, não sou o que o outro, ou os outros, esperam de mim. E não sou também o que eu espero de mim. Sou só uma pessoa perdida em um labirinto do qual não consegue sair... E nós sabemos, é esperado mais que isso das pessoas, é esperado que tenham algum senso de direção, principalmente quanto à própria vida, aos próprios sentimentos..

E se eu conseguir sair desse labirinto, eu garanto que não vou partir pra uma vida diferente, não vou “enfim viver” , principalmente se isso implica em seguir um caminho de maneira leve, sem muitos devaneios, sem muitas paranóias, sem muitos questionamentos, pois provavelmente entrarei em um novo labirinto . Não consigo evitar, sempre vou comparar o que eu sou com o que eu poderia ser, caso não fosse tão fraca. Vou sempre me entristecer pela minha fraqueza, sempre tentar mudar... E, infelizmente, não vou entender porque não consigo nem mudar, nem me conformar. Eu devia conseguir fazer pelo menos um dos dois.

Por fim, também garanto, não sou o que os outros enxergam. Mas não importa... Afinal, quero ser vista?

sábado, 5 de novembro de 2011

Je ne regrette rien

                                                      Tema da semana: arrependimento, faz diferença?
 Se tem um tema que veio a calhar, com certeza, é o dessa semana. Confesso a vocês que fiquei com um baita nó na garganta ao ler os textos das outras meninas, me identifiquei com algumas partes, discordei com tantas outras, mas devo confessar: parece que o assunto foi escolhido na medida da minha carapuça.
A história é longa demais para que eu conte aqui agora e poderia soar sem noção ou dramática demais para a maioria dos leitores do Meninas Improváveis. Mas olha, estou arrependida. Aliás, sou uma pessoa constantemente arrependida. Isso quer dizer que eu só faço burradas? Talvez. Mas não deixo de tirar lição de tudo que passo.
Até um tempo eu queria fazer uma tatuagem com a frase Je ne regrette rien, da música da Edith  Piaf. A frase pode ser livremente traduzida como “não me arrependo de nada”. Logo parei a pensei: eu realmente não me arrependo de nada? Mentira, eu me arrependo sim e sofro com isso, fico remoendo, me contorcendo, autossabotando. Pelo menos reconheço as besteiras e ainda me sobra humildade para  tantas vezes me desculpar, me arrepender.
Estou acompanhando o seriado Being Erica. Nele, a protagonista, uma mulher de 30 e poucos anos, se vê cercada de problemas e arrependimentos que foram se acumulando ao longo da vida. As coisas começam a entrar nos eixos a partir do momento em que ela adere uma terapia “pouco convencional”. A partir de uma lista com as principais situações as quais ela gostaria de mudar, o terapeuta a transporta em uma viagem no tempo para que ela possa consertar os erros, sanar arrependimentos ou simplesmente perceber que ia dar merda de qualquer jeito. Estou encantada com a série, apesar de conhecer há tão pouco tempo.  
Tem dias que queria ter esse poderzinho da Erica do seriado, de voltar alguns anos, dias, horas, minutos até e remediar determinadas situações. Mas a vida não nos permite tal ousadia, infelizmente. Resta à pobre mortal que aqui escreve lamentar e tomar cuidado para não cair nas mesmas armadilhas mais uma vez.  Ou tomar uma dose de coragem para fazer algumas coisas e não cair naquela de “arrepender pelo que não fiz”.
Afinal, arrepender-se do que cometeu ou não, faz diferença? Faz a partir do momento que a pessoa tem consciência das coisas que fez (ou deixou de fazer) e busca tornar-se melhor por isso. E se não há mudanças de atitudes ou de pensamentos garanto que arrepender-se ou dizer-se arrependido é pura perda de tempo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Se arrependimento matasse, eu já teria te matado

Tema da semana: arrependimento, faz diferença?

Se arrependimento matasse, você estaria morto?

Uma coisa que me perturba deveras são os discursos: "Não me arrependo de nada do que fiz" e o "Melhor se arrepender do que fez do que se arrepender do que não fez". A perturbação se dá porque ambos revelam um pensamento, no mínimo, egoísta: eu faço o que eu quiser, quando quiser, onde quiser porque eu sei lidar com o arrependimento, isto é, não o sinto - ou apenas o evito? Mas... E o resto?

Oi? Você não está sozinho no mundo, benhê. Tudo o que fazemos reflete, queiramos ou não, na vida alheia.
Vejo as pessoas se arrependendo de decisões que não foram boas para elas. Okay. Mas não vejo as pessoas reconhecendo e se arrependendo pelas coisas ruins que fazem aos outros. Ou será que com os outros sempre acertam? Muito duvido.

É relativamente fácil tomar decisões que nos favoreçam, a fim de evitar possíveis arrependimentos futuros, afinal, não se pode perder oportunidades - e ninguém quem sentir remorso, esse trago amargo. Ninguém quer se frustrar porque cada vez mais as pessoas estão sendo criadas para o "sim", para dar sempre certo, para o sucesso. Muito bom. Se apenas nosso sentimento importa, tanto faz quem está ao nosso redor, não? É isso mesmo?

Já vi pessoas fazerem barbaridades uma com as outras. Nenhum sinal de remorso. Nada. Você pode até não perceber que errou na hora. Mas e depois? E se você nunca percebe que erra? Nunca vai sentir remorso. Será que é falta de saber o que é certo e errado mesmo, cinismo ou pura maldade? Bom, são três boas receitas para evitar o remorso.

Reconhecer um erro, se arrepender e tentar se redimir (ou não errar de novo), bem, é  pra lá de válido. É assim que a gente cresce, não? (o que não é desculpa para pintar e bordar e depois ver que fez caca).

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Perdeu, playboy!

Tema da semana: arrependimento, faz diferença?


Sempre gostei da máxima "melhor me arrepender do que fiz, do que de ter deixado de fazer". Mas pensando bem, o melhor mesmo seria não se arrepender. Mas quem nunca se arrependeu de alguma coisa que fez ou que deixou de fazer? Acho que nesse caso, todos nós temos teto de vidro. Mesmo que seja de não ter colocado o guarda-chuva na bolsa quando exatamente no fim do expediente cai aquela tempestade. E nem vem com aquele papo do Raul de que a chuva é sua amiga. Confessa, vai! Alguma vez na vida, você já se arrependeu. E se foi de não ter levado o guarda-chuva, menos mal. Agora se a coisa da qual você se arrependeu gerou consequências mais graves que estragar a escova ou pegar um resfriado, querida, temos um problema. 

Quem lê meus textos sabe muito bem que eu sou o otimismo em pessoa e consigo ver lado bom em tudo. Em todo tipo de problema, enrascada, ferrada, resfriado, chuva, qualquer coisa. Mas no caso do arrependimento, não consigo ver muita vantagem. A merda toda já tá feita e quanto mais mexer, mais vai feder. No máximo, ao se arrepender de um erro, você vai tentar evitá-lo daqui pra frente. Mas daqui pra frente os ares serão outros. As pessoas serão outras. Até o guarda-chuva poderá ser outro. E aí, por outros motivos você pode escolher mal de novo. É por isso que acho que o arrependimento, por mais sincero que seja, não tem tanta validade. Não acho possível que por conta do arrependimento, alguém mude suas ações posteriormente. Porque cada momento tem sua peculiaridade e não faz sentido tomar uma decisão levando em conta um erro ou acerto do passado. 

E se errou, colega, o arrependimento serve apenas pra você ter certeza de que está lascada. Com sorte e dependendo do tamanho da sinceridade você pode até conseguir o perdão do outro. Mas o seu próprio perdão é o único que pode fazer, de algum modo, toda essa história valer a pena e você encontrar alguma utilidade pro arrependimento: a oportunidade de se conhecer e de se perdoar. Do contrário, não passará de lamentações. Que são chatas e cansam demais.