sábado, 26 de janeiro de 2013

Aquele doce presente


Tema: com açúcar, com afeto.




Era o meu primeiro namorado, o nosso primeiro encontro, e a primeira vez que eu ganharia um flor. E não sei se ele pensou sobre o simbolismo do presente, mas ter encontrado entre os espinhos e o embrulho daquela rosa vermelha um pirulito de "tutti frutti" me deu uma dimensão de como pequenos gestos podem ser mais marcantes que grandes atos, e que, mesmo sendo difícil, a vida pode ser doce, pois há sempre quem colabore para que ela seja assim. 


sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A quem queira ser cuidado

Tema: Com açúcar, com afeto

Ele deve me achar cafona, mas eu não me importo. Complicado confundir afeto com cafonice. Tenho uma vontade doida de lhe comprar livros, vinis, fazer bolinhos e passar em seu trabalho, só para lembrá-lo de como me importo.

Não é difícil me ganhar: me apego fácil às pessoas e às vezes rola até uma coisa meio de adoção, de querer pegar no colo e cuidar, tomar conta, espantar os monstros escondidos embaixo da cama. Não sei de onde veio isso, tão forte em mim. Dizer que no fim tudo fica bem - e dizer isso acreditando cegamente.

Só sei que achei que tudo isso não existisse mais até algumas semanas atrás, até reparecer, serenamente. Mas, como eu disse a um amigo meu, acho que certas coisas em nós nunca mudam, talvez apenas se transformem. Sutilmente. Antes eu adoçaria o seu chá e insistiria que você o tomasse antes que ele esfriasse. Hoje, adoço o seu chá e o deixo sobre a mesa. Não posso impedir que esfrie: há o seu livre arbítrio e você faz o que quiser com o chá. Entretanto, isso não me impede de continuar oferecendo-o, sazonalmente.

O chá pode esfriar, mas o meu livre arbítrio me diz para continuar servindo-o. É assim que funciona o afeto: ele continua, você permanecendo ou partindo. Ele independe de você, ainda que seja todo para você. E isso me assusta e fascina de algum modo.







quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Com amor

 
Tema: Com açúcar, com afeto





 


 

Eu fui criada com mimos. Laços de fita nos cabelos, vestidos engomados, carinho de vó, de mãe, de tia, açúcar e afeto. Quando eu chegava da aula, minha vó me esperava com os bolinhos de chuva saindo quentinhos da panela. Com muito jeito e carinho, ela os passava no açúcar refinado e escolhia os mais bonitos pra colocar no meu prato. O açúcar no bolinho e o afeto em suas mãos. Os dois juntos, especialmente pra mim, na maior medida que há nesse mundo: a medida do amor.