Não. Não me fale em paz de espírito. Guardo embaixo do
tapete todos os meus pecados, todos os meus erros. O esqueleto está no armário.
Cultivo duplicidades. Lustro a placa pendurada na porta onde se lê: Fantasmas,
sejam bem-vindos.
Não me fale em autenticidade. Em meu corpo etiquetas várias:
Made in China. Made in Paraguai. Made em manicômio.
Não me fale em transparência. Faço da vida um baile de
máscaras. Sob os paetês encontra-se em perfeito estado a cara do Jason. O
espelho ecoa o “quem é você” e eu devolvo "quem é você?" e nesse círculo vicioso dialogamos. Sou aquilo que se vê, e sou mais ainda aquilo que me guardo.
Não me fale em coerência. Pela liberdade de ser quem não se é. Pela liberdade, inclusive, de escrever o que não se é.
Um comentário:
Não somos sempre os mesmo sempre... 0.o
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