Tema da semana: escolher um incidente e desprezar outro é um modo de inventar a própria vida.
E a vida é de novo feita assim, de escolhas. Não sei se essa frase me caiu como um raio como diria o Poirot da Agatha Christie, mas sei que ela me partiu em dois. Na verdade a maior parte de nossa história, de ideologias, de gostos e amores são frutos da memória e só. Você podia odiar aquele menina que te encheu o saco quando você tinha 10 anos, mas algo que ela/você fez apagou da memória a crueldade e hoje ela é sua madrinha de casamento.
Você poderia enfim sair daquele relacionamento que está te machucando demais e que você diz que não em busca de um autocontrole que nem é autocontrole e opta por lembrar apenas de como a noite anterior foi ótima e esquece que a despedida foi péssima.
Como quando você lembra que quem te sugeriu essa música muito massa foi aquela pessoa especial pakas e daí ouve e ouve e ouve mesmo a letra sendo fraca, a melodia descompassada e a cantora desafinada e mesmo que você queira dizer que ela é assonante a verdade é que isso te dói os ouvidos.
Ou quando você ignora que nesse emprego não há chances de mudanças e faz tempo que não se dedica para que isso aconteça mas mesmo assim finge que está tudo bem e que a oportunidade está por vir.
Talvez quando pela milésima vez o cara que você transa chega ao clímax e "ano-luz" é a melhor definição para quão distante você está distante de alcançar o mesmo mas mesmo assim você sorri quando ele vira para o lado e dorme porque você sabe que fez alguém feliz no mundo.
A sua vida não é uma questão de fatos, mas de memória. A mediocridade não é feita de memória, mas de fatos.
2 comentários:
Sinceridade: não quis ler o texto......a imagem é tão perfeita que o texto poderia, ou não, estragar a sensação bela que tive. kkk
Li o texto, amei! Só não vou dizer com qual parágrafo me identifiquei rsrs.
Abraço, Dai.
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