sexta-feira, 29 de junho de 2012

O velho e o novo - nada absoluto.

Quem escreveu foi um monte de gente. Quem traduziu foi outro tanto de gente. Nos mais diversos idiomas, com as mais variadas versões, com as mais variadas intenções a bíblia é um livro interessante e realmente importante, cheio de figuras de linguagem e simbolismos. Aqui não estou pensando na questão religiosa, mas na questão de documento histórico e referência literária das importantes.

Ainda assim, me pergunto o quanto não foi perdido e modificado com o tempo. Eu sei que foi muito. E eu penso também no quanto não enxertaram de coisas que não estavam lá. Como fica então essa coisa de livro e autor? Não se faz ideia de quantas mãos escreveram a bíblia e, como já mencionei, existem várias versões. Então como ler e interpretar?

Bom... Não há uma versão "defintiva" da bíblia como não há verdades "definitivas" na vida.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Uni-vos

Tema: livro ou autor

Cresceram juntos.  Tinham muitos planos. Mas as coisas não saíram como imaginaram na infância.  Não viraram “doutor”, e aos 28 anos, ainda moravam no mesmo bairro, ambos num “puxadinho” na casa de seus respectivos pais.

André, ajudante de pedreiro, casou-se, teve dois filhos com Silvana, e mais um que assumiu do primeiro relacionamento dela. E, das poucas coisas que ele ainda fazia como no passado, jogava futebol no campinho no fim da rua e lia até bula de remédio.

Crispim, eletricista, ainda namorava Antônia, sua primeira namorada, pensava em pedi-la em casamento, mas queria ter mais condições financeiras, não queria a mesma vida que seu amigo André. Até tornou-se líder na obra onde ele e seu amigo trabalhavam há dois anos, mas já não era mais o mesmo, andava criticando a moleza dos operários; achava que a situação em que viviam era culpa disso, inclusive, um discurso bem parecido com o dos “chefões”; não jogava mais com os amigos no campinho, precisava das horas extras para pagar o carrinho semi novo que comprara em cinquenta quatro vezes.

André, que vira sua vida em cada linha do livro que ganhara do estagiário de engenharia da obra, sublinhou a última frase, e repassou o livro ao seu amigo Crispim:


“PROLETÁRIOS DE TODOS OS PAÍSES, UNI-VOS!”*




*do livro: O Manisfesto Comunista. Karl Marx e Friedrich Engels

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Fale-me mais sobre isso


Tema: Livro ou Autor







Ele fala sobre nós. Ele fala sobre os homens e mulheres. Ele fala em mente, consciente e inconsciente. Ele fala até de amor. Ele diz mais ou menos assim em um trecho (que eu tentei explicar rapidamente):

“Quando o ego (o eu) assume as características do objeto (quem ou o que se ama), ele está-se forçando por assim dizer, ao Id (ou Isso – parte inacessível do nosso psiquismo; abriga representantes pulsionais que buscam a satisfação) como um objeto de amor e tentando compensar a perda do Id, dizendo: ‘Olhe, você pode me amar; sou semelhante ao objeto’.”
Freud – O Ego e o Id

É o que ando lendo e aprendendo para a vida, é o que anda me influenciando da cabeça aos pés. Não poderia falar ou viver outra coisa. Desculpe o EGOísmo.

domingo, 24 de junho de 2012

A criação supera o criador


Tema da semana: Livrou ou autor.



Uma coisa que eu aprendi nessa vida é que uma obra pode ser muito superior ao seu criador. Pessoas desprezíveis fazem arte, pessoas desprezíveis escrevem coisas bacanas, pessoas desprezíveis pintam quadros lindos e dirigem filmes legais. Claro, algumas pessoas toscas produzem coisas tão toscas quanto elas... Contudo, não deixaria de ler algo que me desperta a curiosidade por causa do autor. Não estou aqui pra tietar pessoas... Até porque, o ser humano sempre vai me decepcionar. Já sua obra, nem sempre.

sábado, 23 de junho de 2012

Questão de perspectiva

Tema: Relativismo

Tudo é relativo, não há uma verdade absoluta. É assim que eu guio minha vida, assim que sigo pensando há um certo tempo. Procuro não generalizar, não levar a minha verdade ou a do outro como única, mas também não menosprezo  o que o outro pensa para priorizar o que eu acho. Não dá pra ser 8 ou 80 sempre.

Quando falo em TUDO não é uma simples generalização. A relatividade (ou o relativismo, se preferir) está presente na nossa vida diariamente. Ontem fui questionada se quando perco a confiança em alguém essa nunca mais volta. Respondi sem pensar duas vezes que DEPENDE da pessoa, da situação. Tá aí um exemplo de como nossas relações são movidas por aquilo que é relativo. Outros diriam que não perdoariam, que confiança não se quebra, muito menos se reconquista. É a verdade deles, quem sou eu pra ir contra isso, não é mesmo?

Uma conhecida está com um namorado que viajou para o exterior ontem e desde então não para de chorar. Para ele é algo muito legal, foi visitar parentes, conhecer uma terra nova. Para ela tem sido o fim ficar aqui , diz que tudo lembra o moço e que não sabe como vai passar esses trinta e poucos dias. Uma viagem, duas pessoas, duas situações. Dois lados de uma mesma moeda.

Falar sobre relativismo também tem muito a ver com essa questão de perspectiva, de como pessoas distintas enxergam a mesma situação. É uma questão de ponto de vista, de cultura, de vivência, acredito eu. 

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Relatividade


 O mesmo relativismo que propõe uma vida menos radical e absoluta também poder acabar enfraquecendo coisas sérias.

Os meus sentimentos são relativos. O que isso quer dizer? Que não é preciso ser tentar ser coerente? Que eu mudo tudo de cena de acordo com situação? Isso não é ser versátil - então é ser o quê?

Posso relativizar as coisas e tornar meus fardos menos pesados. E se eles ficarem leves demais? Aí eu não carrego os fardos, mas também não carrego as minhas verdades - aquela meia dúzia essencial na vida de qualquer ser humano.

quinta-feira, 21 de junho de 2012

Depende

Tema da semana: "Relativismo"




Cada pessoa tem seu jeito preferido de olhar as coisas. E isso explica muito ao mesmo tempo que complica tanto. E também nos aproxima ao mesmo tempo que nos separa. Talvez com a consciência de que tudo é relativo torne mais fácil o ato de compreensão de que tanto precisamos e seja menos difícil desempenhar aquela ação tão grandiosa, digna da mais pura humildade: se colocar no lugar do outro.

Porém, ao mesmo tempo que a consciência da relatividade pode auxiliar nossas relações, existe a teimosia. Existe o orgulho de não querer abrir mão daquilo que é tão nosso: o nosso querido ponto de vista. E então começa a confusão, tentamos a qualquer modo impor a nossa verdade ao outro.E nessa briga, ninguém quer dar o braço a torcer, porque isso supõe um ato de fragilidade. Quem cede é um fraco, uma maria-vai-com-as-outras, um joão-ninguém. Quem ganha é o forte, persuassivo, o dono absoluto da verdade, campeão!

Pode ser verdade pra você ou mentira pra mim. Se você acredita, é o que importa pra você. E da minha dúvida cuido eu. Pode ser certo pra mim, mas é errado pra você. E que fique cada um com as suas crenças, com seus valores. Talvez seja cedo ou tarde demais e isso não é o relógio que vai dizer e sim o coração, seja pra dizer oi, seja pra dizer tchau.



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Beleza não é relativa - na prática

Às vezes eu lia nos textos dos blogs Biscate Social Clube ou as Blogueiras Feministas entre outros, sobre como ainda hoje a mulher tem que se submeter aos ideais masculinos, que ainda hoje o corpo feminino nada mais é que um objeto de desejo para o homem e como tanto, tem que ter o 'design' que o homem quer, mas eu não queria acreditar que era bem assim mesmo (para muitos mas não para todos).


Essa discussão ganhou mais destaque recentemente por causa da Marcha das Vadias e pelos protestos, por exemplo o da Ucrânia, que as mulheres exibiam seus seios. Muitos julgam a causa desnecessária afinal, dizem, a mulher já alcançou várias coisas e "anda até pior que os homens". Como se a perda de parâmetros demonstrasse independência e maturidade sexual. E claro, não é dessa maneira que se faz um protesto (sim, porque exibir o corpo sem fins comerciais não podchi).

Acontece que entrei num embate com uma pessoa que gosto muito, inclusive, e tive o desprazer de me deparar com o posicionamento que "a mulher tem que se cuidar" porque se não ela vai ficar só com o resto e ela nem pode achar que vai encontrar algo melhor porque nenhum homem quer uma "mulher desleixada". E é assim que a vida funciona, os homens são assim, foi o que ele me disse.

Atenção, é preciso classificar esse "desleixada".

Desleixada é toda mulher que não está nos moldes do corpo de uma Panicat (apesar que eles são modestos, não precisa ser tanto, se não tiver barriga e tiver pernão, bundão e peitão está bom, não precisa ser tããão definida quando uma Panicat). Desleixada é uma mulher que não usa roupas sensuais, poxa, um decotezinho não faz mal a ninguém. Uma roupa bem legal pra te deixar como cara de mulherão, sabe? tipo 'cavala'  e não uma calça jeans e um tênis. Deus os livre das mulheres que usam allstars.

E a maioria dos homens (não todos) é assim e é por isso que a Marcha das Vadias são ainda necessárias, por isso que a mulher ainda tem que sair na rua semi-nua e dizer: esse corpo é meu e não seu, eu não fui criada para o seu prazer.

Porque isso eles deixam e é certo

Isso eles não deixam e é errado 


E não é que em pleno século XXI eu descubro que é uma ousadia a mulher acreditar que não tem a função de um frango no forno para despertar apetites e por fim ser pega e comida?


Não, eu não sou o banquete para os olhos de nenhum homem, não quero ser, eu não preciso ser, eu não tenho que ser.

A beleza tem que ser relativa sim! Nao estou defendendo que a mulher pese 200 quilos, não escove os dentes e nem penteie o cabelo e saia por aí achando que "quem quiser me amar tem que me amar como sou", é preciso se estar bem, gostar de si mesma; padrões sempre existiram, mas é preciso que não se desqualifique, que se inferiorize, eu nem falo em tolerância de "apesar de tudo, vou aceitá-la", porque isso é pouco demais, eu falo de entender que existem vários tipos de pessoas, corpos, cabelos, cores, olhos, estilos e que há beleza em cada tipo deles.

Porque esse moedor de autoestima tem que acabar:


segunda-feira, 18 de junho de 2012

Relativo do amor


                                                                              Tema da semana: relativismo.





É relativo o que ela sente por ele. E como se não bastasse ser relativo é também ambivalente, é ambíguo. Então ela precisa ter equilíbrio, pois anda na corda bamba do sentir, passando do amor para o ódio, da verdade para mentira, do carinho para palavras duras. Ela passeia pelo olhar fundo e acaba caindo nas olheiras profundas. A quente língua dele que um dia passou pelo seu corpo em forma de prazer às vezes se transforma em uma língua feroz, maldosa que usa do silêncio para machucar.

Do seu ponto de vista é vida, é esperança, é ilusão maquiada. Dos seus olhos ela só quer amor, só quer amar e que mal pode haver nisso? É desejo e querer mais e mais. Ela não sabe parar e demonstra não querer saber como chegar ao fim, talvez sonhe tanto com o começo, talvez já tenha começado tanto só para não viver a morte.

É relativo para ele também, mas não é ambivalente e suas atitudes nada têm de valentia, e de nada um tem haver com o outro. É relativo para ele porque quer e não quer, não dispensa, não diz não, não pondera. É relativo porque ele próprio é assim, é meio lua, meio estação do ano e é feito inteiramente de instantes. É relativo pra não ter que ser estável ou uma verdade única, é um sim em formato de gente.

domingo, 17 de junho de 2012

Pode até ser egoísmo, mas não é só meu.


Tema da semana: relativismo.



Quando eu percebi, minhas costas já pesavam mais do que eu podia suportar. Eu ouvia e carregava todos os seus problemas junto com você, mas você não tinha tempo para os meus. Eu fui me sentindo estranha, por ser uma grande conhecedora da vida de uma pessoa que já não me conhecia. Afinal, o que eu estava fazendo carregando tudo aquilo?

Ainda assim, eu não soube como te avisar... Se eu não conseguia falar com você sobre as coisas banais da minha vida, nem muito menos sobre as coisas importantes, como eu falaria sobre tudo? Sobre nós? Será que existia “nós” na sua visão dos fatos? Eu achava que não, eu achava que eu era apenas o telefone de apoio, a sua CVV particular e um exemplo pra você citar quando precisasse falar de amizade de longa data. Eu já não via mais sentimento, nem sentido.

Eu queria abrir a boca, te dizer que amizade era mais que aquilo... Ao mesmo tempo eu estava cansada demais e algo me dizia que você nunca iria entender. Eu imaginava você me chamando de egoísta e mimada mais uma vez, e sabia que poderia ser pior se eu me sujeitasse a esta situação. E é triste dizer, mas eu já sabia que não me faria falta, só me traria alívio.


Eu tinha outras pessoas, outros amigos. Eu tinha gente que carregava minhas dores junto comigo, e eu retribuía. Eu não precisava falar com você... Eu precisava apenas deixar de carregar seu peso, eu precisava apenas me afastar daquele sufocamento que antes tinha sido uma amizade, e agora era só um limbo onde eu não encontrava voz pra me expressar.

Sim, eu fui egoísta, mas no momento final. No máximo você pode me acusar de ter copiado sua ideia, roubado seu papel. Ainda assim, não acho que roubei. Se você não percebeu o seu egoísmo durante a nossa caminhada, não entendo porque foi tão fácil ver o meu ao final dessa ladainha.

Eu queria apenas entender, como poderia ser amizade uma relação em que os conceitos sempre mudam, em que o sofrimento é sempre exorbitante em você e mínimo em mim, em que eu nunca preciso de paz, mas você sempre carece dela. Eu não entendo porque eu sou egoísta e você é generosa, quando estamos fazendo exatamente a mesma coisa.

E se há alguma forma de preservar algo, não é batendo o pé em cima de determinado ponto de vista... É recomeçando. Só que nunca vou me sujeitar a recomeçar, se o mundo continuar girando ao redor do seu umbigo. Não te desprezo, somente não me sujeito mais ao seu desprezo, simplesmente porque não preciso disso.

sábado, 16 de junho de 2012

Eu num reality show

Tema: Protagonismo


Às vezes acho que faço parte de algo parecido com o Show de Truman, que todos que estão à minha volta são figurantes e eu a grande protagonista de um reality show. Parece que a realidade não é bem uma realidade, que estou aqui sendo foco de algo que nem eu mesma faço ideia. Complexo, né?

O papo parece muito sério, mas se pararmos pra pensar na nossa vida é mais ou menos assim mesmo. Muitas vezes não temos ideia do quanto somos protagonistas e importantes para que as coisas continuem funcionando, ou o quanto somos importantes para algumas pessoas.

Não dá pra viver sozinho. Não dá pra pensar que deve-se ser sempre o artista principal da vida e que não há espaço para a ação de alguns coadjuvantes. Se fosse assim quase nada teria graça, vamos combinar. 

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Prêmio de melhor protagonista?

Tema: Protagonismo

Foi. Foi o tempo em que me fiz figurante em minha própria história. Nem figurante: simplesmente um insignificante adereço de qualquer coisa na peça da vida de alguém. Qualquer gosto. Qualquer cheiro. Qualquer forma. Qualquer coisa.

Todas as luzes sobre um outro que não tinha nem obrigação nem pretensão de me acompanhar. E eu mantendo todas as luzes nele, sem jamais deixá-lo na escuridão. E o meu caminho e o meu passo?

Porque se eu não for protagonista da minha própria história e senhora da minha própria vontade, quem vai iluminar meu caminho?

Depois disso, apenas os vagalumes e minha fé em mim.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

No meu palco

 Tema: Protagonismo


A luz está sobre mim. A luz reflete a minha imagem ali, seca. E eu reflito sobre o que eu sou, pra onde vou e por que ir. Nesse momento de reflexão eu tenho a certeza que o papel principal está nas minhas mãos. Mas como em qualquer história - inclusive nessa que a gente encena todos os dias, chamada vida - nada pode ser feito apenas pelas minhas mãos ou pelos meus pés. Haverá um caminho e nesse caminho haverão outras mãos às quais eu poderei unir as minhas (ou não) e outros pés nos quais eu poderei tropeçar (ou não). Cabe a mim as principais falas, os principais passos e a melhor luz. Mas os outros personagens dão sentido a essa trama, influenciando sem vergonha alguma o meu texto. 

Ser a protagonista me permite, ou melhor, me obriga a enxergar o roteiro a partir do meu personagem. E eu seria ingênua e muito cruel se pensasse que o protagonismo me concede um poder absoluto. Mas eu prefiro ser ingênua e acreditar que por mais que o papel principal esteja nas minhas mãos, existe um diretor que faz com que minhas falas ou minhas cenas ocorram de tal forma que se encontrem ou não com as falas e as cenas dos outros personagens. E que é assim que se faz a história. E é assim que eu tiro dos meus ombros o peso insistente do protagonismo. 



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Luz, câmera e ação

Tema: Protagonismo

Quase que eu começo esse texto falando sobre como sempre acentuo câmera colocando o acento no E e não no A e daí o word ou o chrome me corrigem e então acentuo certo, raras às vezes por lembrar que sempre acentuo errado, eu chamo no portão pra ver qual é a bendita tônica e corrijo (para descobrir qual é a tônica da palavra até hoje eu finjo que ela é um nome de pessoa e eu estou gritando o "nome dela" no portão para que "a pessoa" saia de casa. Funciona também fingir que é nome de jogador ou time e você está gritando na torcida, tipo "SaoPaaaaaulo eô" ou "Coriiiiiinthians Coriiiinthians").



Acho que eu comecei o texto falando sobre isso. Eu tenho mania disso, de escrever câmera errado e de falar coisas que eu não podia em textos. Além disso, eu tenho mania, a mania muito feia, de me colocar como coadjuvante na minha própria história. Deixo o marinho conduzir o barco e esqueço que sou capitã, falo pra atores conduzir a peça e não eu que sou a diretora, falo para o lavador de pratos cozinhar enquanto sou eu a chef...acho que você já entendeu, chega de metáforas.

O fato é que até tomo as rédeas de mim mas muitas vezes eu deixo a coisa correr solta, tem seu lado bom mas tem seu lado muito ruim. A gente desaprende a insistir, muitas vezes. Esses dias eu li: "nunca conheci quem tivesse falhado, só quem desistiu". A frase é bonita mas no caso a desistência é a falha, ou estou sendo  pouco lírica? Enfim, a nossa vida é feita de escolhas inclusive porque a gente deixa de escolher então o outro-vida-destino-economia-publicidade escolhe pela gente.


É que é difícil entender que quando a gente escolhe ficar atrás das cortinas mesmo assim isso é protagonizar.  



terça-feira, 12 de junho de 2012

antes feliz do que só (apenas) acompanhada

Tema: protagonismo



Tinha uma vida modesta; não era popular; mas era como tantas outras mocinhas, sonhava com um príncipe.

Um "galeguinho" surgiu, a pediu em casamento, e ela aceitou, claro!

Depois disso, quando alguém comenta a respeito dela é sempre assim:

_ Lembra-se da fulana?

_ Quem?

_ A fulana.

_ Qual?

_ Aquela que se casou com aquele estrangeiro lindo e hoje mora no país dele.

_ Ahhhh, sei!

...

É por essas e outras que nunca fui fã de conto de fadas, pois, para mim, ninguém merece ser feliz, ou ter uma história_ seja ela qual for, só depois do beijo de um "forasteiro encantado".

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Da minha novela entendo eu


 Tema da semana: Protagonismo








Sinto que sou protagonista da minha vida nos momentos de decisão. E só sentindo, quase que escondida e calada, percebo que sou protagonista. A vida é minha, os olhos são meus e o coração também. Vejo que quando limito meus espaços, quando toco o chão, quando permito o ilimitado, quando abro meus braços e quando uso das minhas palavras, estou sendo a protagonista. Não há câmeras e nem falas, há apenas um ser humano, desses bem humanos, terrivelmente humana com muitos defeitos de fábrica, uma costura mal feita e botões frouxos.

Protagonista nem boa e nem má, mas dessas que procura o equilíbrio entre um e outro. Artista essa que se fere, que curte, que magoa e que é magoada. O fim não é certo, não há quem possa escrever a história dessa mocinha vilã que foge de qualquer destino já traçado para poder ela mesma escrever a própria história. Do que não sabia era da decisão totalmente livre arbitrária dos antagonistas que com seus protagonismos estragam o protagonismo da mocinha. 

domingo, 10 de junho de 2012

Protagonistas também lavam as mãos.


Tema da semana: protagonismo


Mesmo quando eu decido dormir, fugir, não ir, eu estou decidindo algo. Somos protagonistas da nossa vida na preguiça, no fundo do poço, no desânimo. Não acredito que reagir às circunstâncias ao invés de correr atrás de criar circunstâncias faça de mim uma figurante.

Pra mim, figurante é quem insiste em viver a vida alheia. Quem cria vilões e mocinhos em histórias que não lhe pertencem, ou mesmo inventa que outras pessoas estão interessadas em sua vida quando não há interesse algum. Pra mim figurante é quem passa a vida imaginando, ao invés de agir ou reagir; e também quem passa a vida resolvendo e criando problemas para terceiros, ao invés de prestar atenção nos próprios problemas.

Então, me deixa dormir... Sou protagonista da minha preguiça, dos meus sonhos, das minhas fugas. E as vezes, nisso de tomar as rédeas da própria vida, podemos só desviar dos obstáculos e manter o curso.

sábado, 9 de junho de 2012

Chegadas e partidas

Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além
Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)


A gente anseia, quer ir além. A vontade é de nunca parar mesmo, mas uma hora a gente tem que parar, se vê obrigada a fazê-lo.

Nossas chegadas e partidas têm a ver com diversas áreas na nossa vida. Parece muito fácil e muito bonito na teoria essa coisa de saber a hora de ir, de chegar, de parar. Mas a gente simplesmente sente e, na maioria das vezes, faz o que tem que ser feito. Ancoramos quando o coração pede – e quem vai contrariá-lo?

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sailing

Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além
Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)
 
Já fui seduzida e aportei. Cortaram a corda e meu barco flutuou para longe. O corte não foi delicado, assim como o afastamento. Tempestade. Raios. Trovões. Mas meu barco não afundou porque eu... Porque eu sou como sou oras. Durona [?] Acho. 

Não era hora de ele afundar. Nem de eu aportar.
 
Depois disso, acho que as coisas nunca mais foram as mesmas. Acho que eu não consigo conceber essa ideia de criar raízes e parar, ver no que vai dar. Porque nada realmente parece interessante o bastante para me fazer ficar. Não é que eu seja exigente, nem  nada assim. Mas sei muito bem o que quero. O que não quer dizer que eu não abra concessões, é só que está ainda para vir aquilo que fará valer a pena abrir concessões.

Porque, com o tempo, a gente deixa de se contentar com migalhas - e passa a querer conhecer novos sabores de pães e bolos, sabe?

E me pergunto que se eu tivesse mesmo aportado, quantas coisas eu não teria deixado de viver? Porque muita do que vivi nos últimos anos tem a ver justamente com essa coisa de barco a deriva, que embora receba convites:

- Fica.
 
Prefere ir audaciosamente onde ninguém jamais esteve.



quinta-feira, 7 de junho de 2012

Destino

Tema da Semana: "Anseio de ir sempre além
 Vontade de nunca parar 
Jamais porto tão sedutor 
A ponto de me fazer ancorar" 
(O porto, Agridoce) 


Ainda não encontrei aquele que me seduziu a ponto de querer parar e ficar. Já parei, já fiquei, mas chega sempre a hora que não suporto mais e preciso levantar e ir embora. Entre portos, estações, pontos de ônibus, rodoviárias ou aeroportos, é sempre ir e vir, chegar ou partir. Às vezes existe a vontade de ficar ou de não ir, mas é preciso. A estrada me espera. O mar me chama. A vida segue.

Tenho aqui por dentro essa coisa meio nômade, que talvez tenha herdado de família. Tenho os pés na estrada e sigo meus caminhos na esperança de encontrar alguma saída. Uma porta aberta diante do meu destino e o sorriso de um encontro.

Nessas idas e vindas, às vezes parece que me perco. Erro a direção, viro a esquina, faço um retorno e acabo me vendo sempre no mesmo lugar. A verdade é que eu estou realmente perdida nesse mundo, rodando, navegando, voando pra lá e pra cá. A minha busca ainda não sei. Talvez eu descubra quando eu me encontrar.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Porto



Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além
Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)




A verdade é que não tenho um porto e de onde eu vim não tem mar. O estranho é que quando vejo o mar, aquela imensidão, aquele azul bonito, aí eu sinto vontade de ter um porto, um porto sedutor. A liberdade do mar faz com que eu sinta vontade de morar ali, permanecer livre dentro do mar, pois ele parece não ter fim. 


terça-feira, 5 de junho de 2012

sem rumo

Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além
Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)





Cedo, olhava pela última vez aquele semblante angelical adormecido. Até considerou ficar um pouco mais. Mas era hora.

Arrumou a mochila; beijou-lhe delicadamente a bochecha; e deixou seu adeus num bilhete no criado-mudo.

Em silêncio, saiu. Queria ter levado a chave da porta, mas não seria justo com ela.


segunda-feira, 4 de junho de 2012

Desfazendo as malas


Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além
Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)

Hoje a identificação com o tema é pouca. Não por não gostar da música ou de quem canta, mas por querer ancorar e muito. Eu quero ir além é na experiência, no aproveitar do porto, entende?



Quero ficar por aqui. Já tive anseio de ir e ir sempre além, mas hoje eu quero ficar, quero aprender que o meu lugar é aqui e que é bom eu já ir constituindo morada, mobília e trabalho.

Não tem mais lugar pra ir. A gente precisa é de motivos, motivos pra ficar e dessa vez eu encontrei. Pode dizer ao capitão que não volto, que o meu destino chegou.


*Post meu substituindo a Nara

domingo, 3 de junho de 2012

Porto x Fã chata


Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além

Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)







 Não sei se é porque logo mais tem show dos Paralamas, ou porque eu ainda amo paralamas (apesar de toda minha impaciência com Brasil Afora)... Mas ler sobre “porto” fez meu DJ mental enlouquecer e tocar Paralamas loucamente...

Não que hoje eu tenha precisado do porto de um ombro amigo, ou que tenha visto muito portos nos quais não pude atracar... Vai ver eu estou no cais de porto dos desesperados, porque realmente preciso chegar em algum lugar com esse post, certo? Mas só penso no cais de porto e no céu, pulando convenientemente a parte das Igrejas, com todo o meu respeito a Maria.

Devaneio mais, porque me lembro que para atracar é necessário um barco, como aqueles que fazem a alegria do lugar, ou como a embarcação que aprisionou o pobre marinheiro da Melô. Fico pensando na Favela da Maré, ou imaginando alguém com dor de cotovelo rasgando cartas aonde o mar acaba, ou um rapaz paranoico imaginando cenas tórridas numa praia em Bora Bora. O barco precisa navegar em um oceano, certo? Então que seja fundo como aquele em que os dois elefantes se afogaram. Aí fico lembrando do quanto curto ficar olhando pro mar, mas o quanto odeio quando faz frio perto do mar , e imagino como o vento poderia encrespar o mar... Ou lembro do pôr do sol no mar, o que me faz lembrar da mocinha que se perdeu olhando o sol se pôr...

Desculpem se fugi do tema, é essa minha mania de pensar de mais... Mas hoje despi minha consciência das dores morais. Veja bem, há um segundo tudo estava em paz, eu nem lembrava do show... Aí eu li a palavra “porto” e tudo começou. Cada palavra me lembra uma musiquinha daquela caixa de cds, que comprei quando tinha 11 anos, após juntar 10 meses de mesada (minha rica mesada de RS 10,00). E vou montando o repertório dos meus sonhos, que eu não vou poder cantar de perto... Mas ainda assim, cantarei mentalmente, pra me distrair, enquanto eles tocam alguma música do Brasil Afora.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

As Horas

Tema: Clima 

De repente, estou no clima. Seja lá do que for. Gosto mais de ser verão do que primavera. Primavera é muito coisa de menininha. Só se salva pelo Tim Maia. Gosto daquele calor de vestido leve, cabelo em coque, joelhos e nuca de fora. De inverno, hiberno sem cerimônia, com ou sem companhia. No outono, recolho as folhas secas com respeito e cuidado, sempre esperando encontrar um de nossos sapos de estimação. Mas sempre, sempre, sempre faço ventar. E chover.