segunda-feira, 30 de abril de 2012

Inflação de amor incontrolável


                                         Tema da semana: "Um vício só pra mim não basta"





Ele gostava de Raul e acreditava que o Cazuza dizia muito bem o que sentia. Ele olhava nos meus olhos e dizia com um sorriso safado no canto do rosto “Faça o que tu queres, há de ser tudo da Lei”, e assim, conseguia tudo de mim. Ele tinha jeito de Mistério do Planeta, assim como diz Novos Baianos, e após beijar minha boca, cantava Legião Urbana. Sentimental que sou, gostava mesmo era das mensagens que recebia com letras de músicas do Los Hermanos. Se ele era o rei dos vícios, meu vício maior era ele.

O coração aberto, as mãos sempre prontas e um cheiro que despertava instintos sexuais. E pior, ele sabia de tudo, tinha certeza de que seus vícios eram fascinantes, e escrevia feito poeta perturbado na parede do quarto “o amor é a lei”. Havia um abismo no olhar e o que o salvava eram os sentimentos. E sentia tudo ao mesmo tempo, viciado pela vida, viciado pelo amor, pelo sexo, viciado por tudo que o fazia um ser de vida. Era uma inflação de amor incontrolável.

Eu que sempre fui de cair em tentação, fui levada pelo caos que ele é. Fui levada para a bagunça dos seus sentimentos e passava meu tempo tentando decifrar o que se passava. Não tente entender um viciado, não era por mim o amor, restava amor apenas para seu vício: ele próprio. Ele que mesmo sem sentir amor por mim, segurava a minha mão, convidando-me para um café – mesmo sabendo que não gosto de café. E podíamos passar a tarde encostados em uma árvore, num dia quente, conversando sobre a vida. Viciados em amor, o que queríamos era sentir, independente da dor ou do prazer.  

domingo, 29 de abril de 2012

Artifício mágico




Tema da semana: "Um vício só pra mim não basta"


Eu poderia falar da bebida, dos jogos, dos vícios de comportamento, dos vícios de relacionamentos... ou de todos eles. Eu poderia falar das coisas que ocupam mais tempo do que deveriam, que roubam momentos importantes, que tiram a paz, que se tornam um tipo de hábito inevitável e nada saudável... Contudo, por algum motivo, ando viciada em não encarar os fatos, em ignorar meus vícios, em sucumbir a eles.... Consegui, inclusive, achar a fórmula perfeita, que é sucumbir apenas aos vícios socialmente aceitáveis, para ser altamente viciada sem que ninguém me julgue por isso. O problema é que as vezes resisto ao vício de ignorar os fatos, consequentemente me entrego ao vício de julgar a mim mesma e acabo sucumbindo ao vício líquido... Os vícios são artifícios... Sempre estamos usando algum deles.


sábado, 28 de abril de 2012

Amando e sendo escravo do medo de ser


E se eu te disser que eu quero aprender a me
Amar e te amar também ao mesmo tempo?
Você teria tempo?

(...)
Eu inventei o inalcançável você
Me fiz escravo do meu medo de ser
E agora preciso me permitir
Falar de amor não é coisa fácil. Esse sentimento que uma hora ou outra acaba pegando a gente de jeito é mesmo complicado. É possível se amar e amar ao outro ao mesmo tempo, aprender a fazer isso? Eu acredito que sim, mas é um processo longo.

O problema começa antes mesmo do amor aparecer. A paixão é intensa, engana e cega. Criamos expectativas em cima do outro e tantas vezes nos fazemos de cegos para não enxergamos os defeitos de quem está ou queremos que esteja ao nosso lado. Abrimos mão de tantas coisas pelo outro... até de nós mesmos. Então os problemas continuam e tomam outro rumo. Para que uma relação dê certo é necessário ter equilíbrio, respeito e é necessário também que as pessoas se gostem, se amem.

Então, como amar o outro se tantas vezes falta o amor próprio? Nos prendemos à projeção daquilo que queremos que ele seja (e tantas vezes nem é) e esquecemos de nós. Depois precisamos sair nos procurando, nos permitindo por aí.
   
Amar e ser amado é muito bom, mas para que isso aconteça é preciso, antes de mais nada, de uma dose de amor próprio. É preciso ser e aceitar-se, caso contrário, não há amor. Pode haver paixão, obsessão, sei lá o que, mas amor, não.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Longe

Tema:  Inalcançável você

De manhã, ele a via passar pela rua. Serena e sóbria e sensível. Já tinha notado como os pêlos de sua nuca se arrepiavam quando passava uma brisa mais fria, certa vez, atrás dela numa fila de cinema. O cachecol escondia o pescoço dissimulado. Unhas azuis. Os cabelos curtos e bagunçados e cheio de nuances de cores. Teria seu humor tais nuances também? O sorriso desarmaria até o mais belicoso ser. Queria saber como eram os pés escondidos dentro dos coturnos escuros, tão pesados e contrastantes com o rosto delicado. Seriam também azuis as unhas dos pés? Que segredos ela esconderia atrás da orelha esquerda - brinco de pérola? Queria saber do seu gosto, porque o cheiro conhecia - a mesma fila de cinema. Queria saber como era aquela voz, conhecer suas palavras, vícios de liguagem, erros de gramática. Queria lê-la como quem lê a bíblia.

De tarde, ela o via passar pela rua. Grande e robusto e imponente. Um sorriso sagaz. Passos duros, mas gestos macios. Olhos noturnos e questionadores e cheios de promessas. De quê? Ela queria tanto saber... Seu rosto era marcante. A barba por fazer, sempre sempre. O all star verde e sujo de cadarços amarelos. Patriota? As veias azuis dos antebraços, a pele clara. Um pequena cicatriz acima da sobrancelha direita. Seria de skate ou bicicleta? A orelha furada, lóbulo rechonchudo e mordiscável. A tatuagem de flor-de-lótus. Busdista? Devia gostar de chocolate meio amargo, certa vez o tinha visto comprar três caixas no mercadinho do bairro. Queria saber qual era o seu signo e seu ascendente. Queria saber como devia ser ser tocada por aquelas mãos que pareciam poder tomar conta do mundo. Queria saber como devia ser a sua risada, porque o sorriso já conhecia.

De longe, embora tão perto: na mesma rua, mas em mundos diferentes eles tinham se colocado.

Durante o dia, sonhavam um com o outro. À noite, encontravam-se em sonhos.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Brincando de Barbie


Tema: Inalcançável você – Leo Cavalcanti
Eu inventei o inalcançável você
Me fiz escravo do meu medo de ser
E agora preciso me permitir
Pra parar de sofrer
E viver o que é belo em mim
Deixar o medo morrer
E ser o que eu posso ser, enfim





Camila conheceu Rodrigo numa festinha na casa da Amanda, sua amiga do curso de inglês. De longe, ele não chegava nem perto do tipo de homem pelo qual ela costumava se interessar, porque não tinha nada que combinasse com o jeito dela. Ele era aquele tipo de cara de cabelo arrumadinho, de roupa passada e tênis limpo. Mas havia alguma coisa no sorriso sem vergonha dele que a deixava com muita vontade de bagunçar aquele cabelo, ver aquela roupa toda amassada no chão do seu quarto e jogar aqueles tenis pela janela no meio de um beijo louco. Eles conversaram e ele também não conseguiu achar muita graça além do desejo que  tinha de arrancar-lhe o vestido florido e se perder entre as voltas dos cachos dos seus cabelos.

Rodrigo estava sempre rodeado de meninas lindas, todas incrivelmente parecidas com a Barbie, aquela boneca que Camila ganhou de presente quando era pequena e que fez questão de cortar os cabelos e confeccionar roupas novas, de estilos bem diferentes das que costumavam vir nas caixinhas. As meninas se juntavam no banheiro e tiravam fotos no espelho. Publicavam tudo no Facebook e nunca esqueciam de marcar o Rodrigo, pra ele ver o quanto eram lindas e gostosas. E o Rodrigo as levava pras baladas no seu carro do ano, presente do pai, sempre ao som dos melhores hits da música eletrônica. 

Camila acompanhava aquilo tudo e achava estranho, ridículo muitas vezes. Mas um belo dia saiu de casa de saltão e blush rosa. Fez escova no cabelo e pesquisou qual era o perfume da moda. Foi pra balada onde sabia que Rodrigo iria, vestida da cabeça aos pés de tudo que aprendeu que lhe agradaria. Queria muito que ele a olhasse e a achasse incrivelmente linda como a Barbie. Teve um pouco de dificuldade de se equilibrar naquele salto, já que era tão acostumada às confortáveis sapatilhas.

No meio da festa esbarrou em Rodrigo e ele quase não a reconheceu. Disse: Camila? como quem estivesse muito surpreso. Ela pensou: acertei na mosca, ele está encantado. Mas na verdade, ele realmente não a reconheceu. Viu a sua frente uma menina que não era nada daquela de vestido florido que o deixou encantado por sua naturalidade. E fez com ela o que fazia com todas aquelas Barbies que o cercavam: sorriu, deu um beijo no rosto, uma piscadinha e escorregou. Camila não entendeu nada e correu pro banheiro pra ver no espelho o que é que tava errado. 

Ao se olhar no espelho, Camila viu uma menina que não conhecia. O corpo coberto por um vestido colado, que evidenciava suas curvas, mas escondia seus mistérios. O rosto mascarado por cores que confundiam o brilho dos seus olhos. Os cabelo lisos que limitavam o balanço do seu toque. Foi então que ela percebeu que estava mesmo simplesmente tudo errado. 

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Autossabotando desde 86


"O igual-pra-igual espontâneo perde espaço pro desejo de acertar

E quanto mais espero, mais me nego e mais me faço afastar
Eu inventei o inalcançável você, me fiz escravo do meu medo de ser
E agora preciso me permitir"



Às vezes a gente não alcança as coisas porque deixamos que a nossa baixa autoestima as coloque a um ou dois metros da gente. Se estamos prestes a tocar, damos três passos para o lado. O boicote. 

O pior é que muitas vezes é um boicote mesmo, a outra parte não pediu nada, não disse que agindo de tal forma acertaria, não houve o pedido da encenação, mas a gente abandona o espontâneo e vai em busca  de fazer 'o que o outro espera'. E erra. E perde justamente o que havia chamado atenção, o elemento diferencial e desiste, porque daí aparece o "se ele não gosta de mim do jeito que eu sou, não me serve".

Sua besta, é você que já considerou tão desinteressante o que você é que se mostrou de outra forma. 

"E se eu te disser que eu quero aprender a me amar e te amar também ao mesmo tempo, você teria tempo?

Você mesma tem tempo? Aprender a se amar demorar, porque para isso é preciso se conhecer, depois, se aceitar sem autopiedade. Não há lugar para a piedade no amor próprio. 

terça-feira, 24 de abril de 2012

Inalcançável você


Tema: "e se eu te disser que eu quero aprender a me amar e te amar também ao mesmo tempo?"
Leo Cavalcanti





Mudara: em lugar de blusas largas, decote. De face lavada, cor. De observação, atitude.

Foi vista, e mais. 

Porém, os elogios, os afagos nos cabelos e tudo o que provava a presença dele ao seu lado, talvez pela inexperiência, lhe soavam estranhos e frágeis.

E, com o medo próprio dos mentirosos, ficava imaginando quando ele veria quem realmente era ela, porque, nem de longe, ele parecia descrever a mesma pessoa que ela gostava de ver diante do espelho.


segunda-feira, 23 de abril de 2012

Você teria tempo?

                                                       Tema: Inalcançável você – Leo Cavalcanti





E se eu te disser que eu quero aprender a me amar e te amar também ao mesmo tempo?Você teria tempo? Por que às vezes leva tempo, tempo para amar a si próprio e tempo para ser amado, muito mais tempo para amar-se do que para amar. Uma coisa não leva a outra e a última pode de maneira fácil e cega destruir a primeira. E é neste ponto que se encontra o erro de quem não sabe amar, falta a ponta do amor narcísico para então sair por aí recebendo ou dando amor a alguém.

Sem querer ou perceber, sem a mínima noção de particularidade, o outro se transforma em nosso principal foco de luz – isso quando não se torna a própria luz. E nós criaturinhas ingênuas que vivemos tropeçando ou sendo atropelados pelo amor ficamos com a cara de babaca sem entender onde é que erramos. Onde será? Será que foi nas tantas vezes que nos esquecemos da singularidade a fim de ser mais o outro? Ou será que foi nas horas que perdemos o respeito e o amor próprio recebendo em troca algumas migalhas? Eu não sei, pode escolher, mas o primeiro erro é esse: não se amar.

Pra parar de sofrer e viver o que é belo em mim. Deixar o medo morrer e ser o que eu posso ser, enfim. Porque se eu aprender a me amar não vou me calar ao estar perto de quem é amado por mim. É isso que a música da vida nos diz e é assim que deve ser para que seja um amor sereno e ainda assim intenso: Ama-te. E nessa confiança da dança de ser autêntico, não há motivo e nem tempo para ter medo dos próprios atos e gestos por ou para alguém, não há motivo para diluir-se no ar ou se arrastar.

domingo, 22 de abril de 2012

“Perde espaço pro desejo de acertar.”


Tema: Inalcançável você – Leo Cavalcanti

Eu não sou especialista em amor, não mesmo. Contudo, uma coisa que aprendi pela observação, é que amar é uma coisa muito complicada. Apesar de uma das definições mais famosas, que por sinal é bíblica, dizer que o amor tudo suporta, não é isso que eu vejo por aí. Aparentemente, o amor é uma coisa que tem mais chances de dar errado, do que de dar certo.

Pegue um grupo de 10 amigos seus, e questione sobre a vida amorosa deles... O amor não dá certo porque a outra parte se mudou, ou porque ela fumava, ou por causa da sogra, ou devido a diferença de classe social... Pode ser também porque o cara não quer casar, porque a moça prefere animais de estimação a filhos, porque o cara não paga as contas da casa....

São muitos motivos que levam a uma coisa só: o fim. E isso acontece porque nem sempre o amor tudo suporta. E você pode até me dizer que no caso, não era amor. Pode ser que não... Mas as vezes é, e mesmo assim as pessoas desistem, porque amam mais um “estilo de vida” do que uma pessoa... Elas sonham uma vida pra si, e as vezes amam uma pessoa, mas a pessoa não se encaixa naquele sonho que elas tiveram, então elas consideram que não era amor.

É tanta vontade de ter a vida certinha, ou de “acertar” a pessoa dentro daquele papel, que os sentimentos envolvidos se tornam secundários. As pessoas que não querem casar, ter filhos, e viver aquela vida do sonho padrão, também amam. Meninos mimados também amam, filhos de sogras chatas também amam, pessoas que não tem instinto maternal, também amam... E são amáveis também.

A questão é, você deixou de amar a pessoa, ou você deixou a pessoa porque ela não se encaixou no seu sonho? E quão covarde você é, por ser capaz de abdicar um sentimento porque não consegue tentar a vida de uma outra forma? Onde está a capacidade de repensar? De tentar fazer dar certo? Enfim... Não estou defendendo o amor, nem culpando. Só acho que a maioria das pessoas românticas que vejo por aí, não amam pessoas, amam um plano de vida, que muitas vezes, se parece com os planos infalíveis do cebolinha... De repente o amor existe, mas ele não é perfeito e não se encaixa no seu plano, porque a pessoa que você ama, faz coisas idiotas... Mas ainda assim, continua sendo a pessoa que você ama.



  

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Blefe

What if I say I'm not like the others
What if I say I'm not just another one of your play
You're the pretender
What if I say that I'll never surrender
(The Pretender, Foo Fighters)


Certa vez, dissera a si mesma que não era como as outras, que não era um brinquedo e que não iria se entregar. Certa vez, foi passada para trás: pintaram-na como todas e tantas outras. Brinquedinho para passar o tempo. Certa vez, fez a si mesma - companheira de viagem - promessas sinceras. A última vez que foi sincera.

Porque se o outro sabia fingir, ela sabia fingir mais - aprendizado duro e árduo. Ia jogar com as mesmas fichas, dados e valores. Ia apostar tudo porque logo viu que não era mesmo como as outras. E, agora, era sua a vez de brincar. War ou Jogo da Vida? Paciência

E resolveu que iria se entregar dessa vez, mas esse era outro tipo de entrega. Porque entrega nem sempre é fracasso.




quarta-feira, 18 de abril de 2012

Easy for you to say


"In time or so I'm told
I'm just another soul for sale, oh well
The page is out of print
We are not permanent, we're temporary, temporary
Same old story"


E essa temporalidade jamais entendida? Eu acho realmente a vida um cansaço na maior parte do tempo. Se não bastasse o próprio modelo de organização que já torna as coisas chatas, ainda inventaram as etiquetas, as regras e o certo-unânime.

E não tem como fugir, a contra-cultura é uma lenda, entenda bem, quando você tenta ser diferente, quando você tenta não ser tão conscientemente um marionete, te rotulam mesmo assim, te impõem uma fragilidade: "deixa ele, deixa ele achar que não é manipulado" dizem os cinzas com seus uniformes e maletas.

Coisa chata pra cacete. 

E veja: não é possível mais a espontaneamente. Não interessa mais o que se faça, tudo será interpretado pela fresta da impossibilidade de vida: "fulana? parece que não se importa, fala que não se importa, demonstra que não se importa mas no FUNDO no FUNDO, é claro que ela é igual a todas as outras pessoas - NÃO É POSSÍVEL ela não se importar".

Porque acham que não dá pra ser diferente. Mas dá. E as pessoas são, mesmo que no escuro, na madrugada, entre quatro paredes, escondidas, na internet em chats obscuros - mas são.

Essa receita pronta de dizer que está tudo bem. De me dizerem que está tudo bem. Mas não está porque meu orgulho anda sendo roubando a medida que me rendo mais e mais.

Eu quero é o caos.

terça-feira, 17 de abril de 2012

dos pontos que não fez

Tema: The Pretender (Foo Fighters)




À porta, olhando aquela cena que já lhe era tão familiar, lembrou-se da fase que havia alcançado em Resident Evil e foi jogar.

Na sala, entre uns avanços e outros, ele cantava “what if I say I’m not like the others, what if I say I’m not just another one of your plays, you’re the pretender, what if I say that I’ll never surrender”…

E ela, às lágrimas no quarto, enquanto tentava pela última vez fechar as malas, repetia baixinho o mesmo refrão.


segunda-feira, 16 de abril de 2012

Penso, logo existo

                                                    Tema da semana: The Pretender (Foo Fighters)












Apertei o play e de fundo o som era The Pretender, do Foo Fighters. O Dave Grohl (vocalista, para os desavisados) estava nervoso, descabelado e com o tom de voz alterado. Por que, hein, Dave? Entendi (do meu jeito) depois. Ele estava indignado.

A gente se engana e deixa ser enganado, mas tudo com o olho no peixe e o outro no gato, sempre colocando na nossa balança imaginária o sim e o não, o pode ou não pode. Quando nos deixamos enganar o fim é menos destruidor, pois fica aquela voz do juízo dizendo eu bem que te avisei. A gente perde um pouco a cara de palhaço quando o fim parece óbvio.

Ruim é quando somos enganados de maneira sem vergonha e dissimulada. E fica a dúvida angustiante do quem é você?, o que foi esse furacão que levou um pouco de mim? Quem foi esse que tentou controlar meus passos, domar minhas escolhas e fazer dos meus atos os mais frios e controlados? Não gosto, não sou boneca da bochecha rosada de ninguém nessa vida.

Então é assim, Dave: a gente abre bem os olhos e grita ou canta. E pra não dizer que não te dei uma resposta bonita e musical, Engenheiros definiu muito bem:

Eles querem te vender
Eles querem te comprar
Querem te matar – de rir
Querem te fazer chorar
Quem são eles? Quem eles pensam que são?
(3ª Letra do Plural - Engenheiros do Hawaii)

domingo, 15 de abril de 2012

Surrender

Tema da semana: The Pretender (Foo Fighters)




What if I say that I'll never surrender?”






Todo dia é humano: ceder ao peso, dar de si, quiçá ficar agradecido.

São muitos significados, mas o verbo render pode-se dizer que tenha um charme peculiar, ele se rende por um lado e nunca se assume rendido por outro.

Escolhendo a música The Pretender como inspiração para o post, foi fácil me lembrar de uma situação prática dos dois lados do verbo render numa mesma situação, por exemplo: foi fácil me render aos encantos do show da banda que compôs esta canção e ao mesmo tempo nunca me renderia ali ao cansaço das pernas durante ele.

Seguindo com outros exemplos: quantas vezes a gente fica rendido à fadiga e ao mesmo tempo não quer/pode se render ao luxo do desânimo e a gente não se assume rendido em tal momento? Quantas vezes a gente se sente acarinhado (rendido) com algumas atitudes de certas pessoas, cuja rendição poderia ser mal interpretada e então você não se rende ao ímpeto do momento e não se assume rendido? Quantas vezes você se vê rendido a alguma pessoa, doa parte da sua energia diária para tal e nunca assumirá isso?  Quantos finais de semana a gente se rende ao sofá, mas não nos renderemos jamais ao diagnóstico de deprimido? E tantas outras vezes que algumas pessoas foram rendidas com o “mãos para o alto e passa a grana”, mas nunca se renderam ao descrédito total na justiça? Nós, os rendidos, não nos rendemos!

Rendemos-nos ao perceber que não é fácil se render em certas ocasiões e nos sentimos totalmente rendidos ao perceber como é fácil ser tornar um rendido em erradas ocasiões e vice-versa.

E voltando ao 3º parágrafo, eu me rendo, tenho que confessar que quando cantei essa música ao vivo na semana passada, a parte que o povão mais enlouqueceu e cantou foi e se eu disser que nunca me renderei?, e não conte para eles, segredo nosso, todos ali estavam rendidos no mesmo instante em que gritavam que nunca se renderiam... haha.

*O post de hoje é de autoria da minha amiga, Laila Mirella. Veja outros textos dela no No Lipstick e no Manchete de Ontem. x)

sábado, 14 de abril de 2012

Sim, eu sou clichê


Tema: "todo mundo tem direito aos seus clichês"

Sim, eu sou clichê, e quem não é? Mesmo que a pessoa pense que está inserida em um determinado grupo diferentão ela está rodeada por atitudes consideradas clichês naquele meio.

Tenho os meus lugares - comuns  e não pense você que me envergonho disso.  Poderia fazer aqui uma lista enorme de coisas clichês que faço e gosto e as que nem gosto tanto assim, mas em resumo: não há muita coisa diferente entre você e eu.  Sou daquele tipo de pessoa que chora com novela, filme, que gosta de sair, que sorri, chora, escreve, que se indigna e se frustra com tantas coisas por aí. Nada de extraordinário, só humano mesmo.

Então, se todo mundo tem direito aos seus clichês, me deixe com os meus que eu tô muito bem assim, obrigada

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Ai como você é mainstream!

Tema: "todo mundo tem direito aos seus clichês"

Fiquei chocada quando um conhecido me repreendeu:

- Nossa. Mas isso é tão clichê. Logo você?

Ele estava se referindo ao fato de eu ter comentado que gosto de usar salto alto de vez em quando. Acho uma perda de tempo o clichê de que mulher, para ser feminina (como ouvi certa vez - e me deixou também chocada), tem que estar sempre de salto alto. Nada que seja externo pode ser condição para você ser feminina. A minha feminilidade pelo menos é complementada por coisas externas - e não delas dependente.

Mas isso é totalmente diferente de gostar de usar salto alto de vez em quando.

Os clichês são partilhados socialmente. Como o hábito de presentear com rosas, por exemplo. É um clichê que eu dispenso, porque eu não gosto de rosas e acho falta de criatividade, logo, garantia de acerto [?]. Seja como for, nunca disse isso ao receber um buquê das tais flores, porque eu tento respeitar os clichês alheios - do mesmo modo que espero que respeitem os meus. Mesmo porque, aí tem as intenções de carinho e de agradar - o que coloca o presente em segundo plano.

Além disso, todo mundo tem direito aos seus clichês, sejam eles quais forem.

Porque acho que ao partilhar clichês não deixa de ser uma forma de inclusão social - o que não quer dizer que todo mundo tenha que partilhar/ partilhe todos os mesmos clichês. Acho que cada um de nós tem alguns clichês com os quais joga ao longo da vida - o que também não quer dizer que eles tenham que ser os mesmos para sempre [sempre é tempo demais].

Se por um lado, quem vive a base de clichê soa meio esquisito, por outro, quem sustenta o discurso clichê (por incrível que pareça) de "ai tudo isso é tão mainstream" soa chato. Porque está em voga isso de recusar as coisas que se tornam populares. Vejo muito isso com música: amigos meus deixam de ouvir bandas que se popularizam, passam a ser compartilhadas e se tornam clichês.

Talvez um dia eu até goste do clichê do buquê de rosas, gosto de manter minha mente aberta e não abraçar nenhum clichê como verdade absoluta - porque eles não são, né?

[e atire a primeira rosa quem não tem, nem nunca teve um clichê]

P.S. um clichê que eu adoro é  "Garotos" do Leoni.
 

quinta-feira, 12 de abril de 2012

Eu sou igual (a você)

Tema: "todo mundo tem direito aos seus clichês"








Eu tenho preguiça. Não aquela preguiça de querer ficar no sofá num namoro eterno com o controle remoto que vai se arrastando por uma tarde de terça-feira. Essa deliciosa preguiça me foi roubada por um mundo (no qual eu juro que caí de paraquedas) que vive controlando meu tempo e não me deixa apreciar algumas gostosuras da vida tanto quanto eu gostaria (ou não). Mas tenho preguiça de gente que tenta sempre ser diferente. Gente que não é capaz de se olhar no espelho todos os dias e enxergar o mesmo. Gente que não tem coragem de assumir suas próprias características e insiste em querer mudá-las de acordo com as novas tendências. 

Eu gosto de comédia romântica, bolinha de sabão e sambinha leve enquanto preparo um cachorro-quente na cozinha e isso pode ser clichê. Eu escrevo aqui toda semana que eu sou otimista e meu otimismo parece novela do Manoel Carlos - o que poderia ser mais clichê? Eu reclamo da minha falta de tempo como se isso pudesse mudar mesmo sabendo que só tende a piorar e isso é muito clichê. Sim, mas fazer o quê? 

Eu sou assim. Sou comum. Sou clichê. Me diga se você não é!

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Há vida além do clichê

O problema do clichê não é o clichê em si, de certa forma, uma coisa para virar clichê tem que ser validada pela comunidade, pela sociedade. De certo forma, o clichê é apenas um consenso - e não há mal nisso.

O perigo é que o consenso se torna de tão forma senso comum, e o que é comum começa a passar desapercebido, é como um vaso velho na sala: ele continua lá, você não pensa sobre ele e continua limpando toda a semana. Daí quando alguém diz: tenho um vaso na sala, você responde: eu também tenho, todo mundo tem. E então você continua com esse velho enfeite. E até aí, e mesmo até nesse momento que você está guardando algo obsoleto e que não pensa muito, ainda sim, isso não é um problema.



O problema é quando você não aceita coisas novas porque o vaso-clichê está ocupando um espaço, ou quando passa a julgar as pessoas que não têm esse vaso-clichê. O problema é quando o senso comum passa a pautar a sua vida. Sua vida para a ser um clichê de atividades.

Muito dos nossos hábitos, pensamentos, comportamentos, vieram como herança, um contrato social que a gente obedece e pronto. Coisas que variam de cultura para cultura. Coisas que variam dentro da própria ciência (chocolate mata hoje e amanhã ele salva). E que poderiam ser questionadas sim. Inclusive o que chamamos de erro, de absurdo.

Tipos de drogas, troca de casais, bebidas, até café da manhã mudam de lugar para lugar.


A sociedade ocidental, sobretudo, perdeu bastante de seus ritos, mas apesar de tudo, continua fazendo as mesmas coisas porque "meus pais faziam assim".


Obs.: Aquele programa Tabu mostra um pouco isso, o que é normal pra eles pode não ser pra gente e consequentemente, o que é normal pra muita gente, não é pra eles.

sábado, 7 de abril de 2012

Mil vezes o amargo


Tema: E disse um mentiroso: prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira.


Estou numa fase na qual prefiro mil vezes a amarga verdade. Sim, as doces mentiras são sedutoras, fazem bem aos ouvidos, mas se descobertas podem doer muito mais do que as amargas verdades.  E quando digo que prefiro  tem a ver com o que eu falo e também com o que eu ouço. Primeiro porque não sei mentir mesmo, depois porque esse negócio de amenizar o que diz pra não magoar o outro não me agrada muito, não gosto que façam comigo.

De nada adianta acreditar nessas doces mentiras se uma hora elas são descobertas e levam com elas o sabor que tanto nos agradou. Já diz o ditado que a mentira tem perna curta e eu diria que o sabor é pouco duradouro também. É enganar-se e muitas vezes deixar ser enganado e custo a entender como algumas pessoas preferem maquiar aquilo que tantas vezes é visível.

A verdade pode ser amarga, mas podemos torná-la um pouco mais doce. Explico: não é preciso ser falsa pra demonstrar sua opinião, não é necessário mentir. É possível sim dizer q verdade sem de fato magoar. Questão de jeitinho, eu acho.

Então se me perguntarem se eu prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira eu digo sem pestanejar: me vê aí uma dose amarga de verdade, dessas que descem machucando mesmo. E isso não é história de mentiroso.
E você? O que prefere?

sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sabor algodão doce





Tema: E disse um mentiroso: prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira.


Não vou dizer que é regra, mas a verdade costuma ser o melhor remédio. E remédio é para o nosso bem, certo? E não é porque é para o nosso bem que vai ser agradável. Nem sempre o que é bom é bom.

Remédio por vezes é amargo, tal qual a verdade. Mas acho que o preço que se paga pelo doce na boca pode ser muito caro. Bom, eu vejo por mim pelo menos. Prefiro uma verdade doída a uma mentira sabor algodão-doce. 

O que me faz pensar que quem mente para "proteger" normalmente subestima o outro e, muitas vezes, só quer proteger a si mesmo.

Pelo que eu tenho visto, as pessoas estão desaprendendo essa coisa de verdade e mentira. Tem milhares de coisas que me contam que eu, sinceramente, não precisava saber. Estão perdendo o filtro do bom senso. Mesmo que as pessoas se sintam a vontade, poxa, será que eu preciso mesmo saber da vida sexual do cara que eu acabei de conhecer?

Dirão: fui sincero. Isso não é ser sincero (na minha terra, isso tem outro nome) Se fosse, eu pediria uma mentira ou omissão.

Para se tornar um "menino de verdade", para merecer ser real, o Pinóquio teve que superar muita coisa e encarar outras na unha, na cara e na coragem. Porque é fácil se acomodar nas mentiras. Fácil até que a gente esteja soterrado por elas. Mas sabor algodão-doce.

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Qual você prefere?

Tema: E disse um mentiroso: prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira.


 Diz aí! Se pudesse escolher entre uma "amarga verdade" e uma "doce mentira", com qual você ficaria? É difícil responder. É certo que a princípio, ninguém gosta de mentira. Mas será que estamos preparados para a verdade? Será que estamos dispostos a encarar a verdade? E uma verdade amarga, então!? A verdade já dói. Amarga poder ser ainda pior. Impossível não se sentir tentado a uma doce mentira nesse caso. 

O que pega é que de alguma maneira, a verdade insiste e aparece. Pode ser em um olhar, em um gesto, no gaguejar do mentiroso que se atrapalha. Pode ser daqui a 47 anos. Mas a danada aparece. E é aí que o doce da mentira azeda. Perde todo o sabor e provoca enjôo. É só se lembrar do sabor da mentira para logo em seguida vomitar. 

E tem mais: já ouviram suas avós falarem que o remédio que cura mesmo a doença é aquele que amarga? É bom ouvir a dica. Os mais velhos costumam ter mais razão.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Quem gosta de amargo é fígado

Tema: E disse um mentiroso: prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira.


Posso escolher nem um dos dois? Prefiro a maturidade de entender as coisas como elas são, a verdade não deveria ser amarga, o problema não é a verdade. A verdade ou a mentira são trecos que não têm gosto, então não me venha com essa de amarga mentira ou doce verdade, o que é amargo é o gosto na boca de não ser correspondido na expectativa, o fato em si, independente de ser verdade ou mentira. É a sinestesia trabalhando no corpo falando: não é bem assim como você achava, lindezinha.


Eu nem sempre prefiro a verdade, não porque eu não a suporte, mas porque muitas vezes a pessoa que vai dizer a verdade não suporta o fato de eu aceitar essa verdade, acaba sendo amargo para ela, não para mim. Então, a curto prazo, para um benefício mútuo, eu prefiro uma mentirinha sim, porque infligir ao outro um fardo que ele não possa suportar? Mas para relacionamentos, de todos os tipos, eu prefiro ter por perto pessoas que suportem a verdade, e daí mesmo ela sendo ruim, não vai precisar ser amarga, vai ser rodrigueana apenas: a vida como ela é.



terça-feira, 3 de abril de 2012

Espelho, espelho meu...


Tema: E disse um mentiroso: prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira.




Geralmente antes de sair para o trabalho, me olho cuidadosamente no espelho do meu quarto para ter certeza de que não errei a mão no que escolhi vestir, no tom da maquiagem e coisa e tal - embora eu nem sempre tenha sido assim, hoje que lido diretamente com o público, e eu seja uma chorona por natureza, me visto de firme diante das eventuais críticas, mas na verdade me derreto fácil por dentro - então, para proteger meu ego de ameba, posiciono o espelho em outro canto do quarto para saber se sob outra luz eu vou continuar vendo a mesma coisa, ou vou precisar acrescentar ou tirar algo.

E quantas vezes, com o espelho próximo à janela, eu já não percebi um detalhe que eu não havia notado com ele no lugar de costume?! Ou quantas outras vezes eu me encarei não mais que dois minutos diante do espelho, para não ficar tentada a mudar aquilo que eu estava disposta a assumir?! Ou quantas vezes, ainda que sob todos os "ângulos", eu só tenha entendido que "algo" não me cabia quando eu não queria mais?!

A verdade é que há ocasiões em que estou disposta à verdade, aos detalhes, ao organograma, em saber onde errei, onde erraram e mudar tudo. Mas há outros em que minha disposição se limita a "viver a beleza fosca do espelho longe da luz” e sair para o abraço, só isso.


domingo, 1 de abril de 2012

Doce ou amargo?

Tema: E disse um mentiroso: prefiro uma amarga verdade à uma doce mentira.





Se você fosse à uma cafeteria e para variar pedisse um café expresso forte sem leite como você o tomaria? Beberia amargo ou colocaria açúcar, adoçante e afins (avelã, caramelo, chantilly...). O gosto pelo café varia, eu, por exemplo, prefiro amargo, forte e se, for para adoçá-lo, prefiro açúcar mascavo ou orgânico. Mas o fato é que cada um toma o café como quer' e como lhe parece melhor. Na vida não é diferente. Acredito que muitas pessoas dizem que açúcar faz mal e por isso preferem adoçante, mas a questão é que o sabor não é o mesmo. Às vezes a vida só parece boa porque está cheia de mentiras, não estou dizendo que adoro mentiras até porque como já disse adoro café amargo e forte, prefiro enfrentar a vida como ela é, mas vamos e venhamos, quem de vezes em quando não se cansa do óbvio? A vida sem açúcar perde a graça a endorfina, a serotonina, o prazer.

 Algumas mentiras parecem boas, pois queremos ouvi-las, enquanto as verdades parecem ruins porque as rejeitamos. Quem diz que adora a verdade como eu, acaba sofrendo muito mais do que quem aceita as mentiras, ou as falsas verdades, ou as verdades parciais, ou, vamos mais afundo, a omissão.

 As pessoas não estão preparadas para a verdade, quando estão frente a frente com a tal verdade, não sabem como reagir, simplesmente porque não somos ensinados a reagir positivamente às verdades. Se um alguém qualquer diz que se seu trabalho de mestrado não está bom ou questiona seus resultados, ou melhor, o método que você utiliza, o que você pensa? “Será que ele realmente sabe do que eu estou falando?” Por isso quando em trabalhos acadêmicos queremos a opnião de alguém sobre nossos trabalhos chamamos pessoas doutas no assunto, no entanto na vida as pessoas doutas não têm um título, não está estampado em seus currículos lattes e sim no seu modo de encarar as situações. 

 Não pretendo confundir as idéias de ninguém, entretanto a questão é que cada pessoa escolhe como quer o seu café, às vezes amargo às vezes doce, que de tão doce é intragável, mas o que quero expressar aqui é que não rejeitem o amargo da vida. Contudo, dito por alguém que saiba falar a verdade (douto), porque uma verdade mal dita também dói tanto quanto uma mentira não revelada. Mas enfim tem dias que eu tomo meu café amargo porque prefiro, em outros coloco açúcar e em outros ainda, uma vez no mês que antecede uma tal visita periódica, eu tomo com avelã... E assim a vida segue.

*Post da Raquel Cardoso, minha amiga, hoje convidada do blog. x)