Queria fazer uma pequena observação que é: apenas o comércio e os blogs não respeitam o feriado.
Bom, depois dessa observação não necessária o que me interessa neste momento são as intertextualidades. Como a própria morfologia da palavra expressa, intertextualidade é a ligação que pode se estabelecer entre textos.
E para falar em textos parto da definição da análise de discurso que diz que texto é “um todo de sentido”. Sim, a coisa é meia vaga, mas (e por isso) abre as possibilidades de ver um filme, um quadro, uma dança e etc., como texto, e não mais apenas o texto verbal, seja ele escrito ou falado.
Tá, toda essa enrolação para dizer que o que mais me interessa quando se fala em texto são as relações que estabelecemos. Às vezes lemos algo e aquilo nos lembra outra coisa, ou ouvimos uma música e aquela música nos lembra um acontecimento e, saindo da área do texto, às vezes sentimos o cheiro de um perfume e ele imediatamente nos lembra uma pessoa, enfim, as relações são infindáveis.
Acabei de assistir o filme “Antes de Partir” - cujo vídeo da trilha sonora está em meu perfil, aliás - e também assisti “Tudo acontece em Elizabethtown” e quase fico louca, claro. A literatura é meu grande amor, sem dúvida, mas o cinema é minha paixão: vem e me arrebata em 120 minutos. Tudo bem que às vezes tem livros que me arrebatam em um parágrafo, mas o cinema é diferente. O cinema (me parece, tá bom?) é acessível, quero dizer, você coloca o filmezinho lá e ele vem e te toca. Já a literatura muitas vezes não, para se tornar acessível você que tem que ir até ela, ir lá e tocá-la.
Não acho que uma seja superior a outra, aliás, essa comparação é bem desnecessária de se fazer, mas que eu ainda acho que todos os livros deveriam vir com um cd de trilha sonora, ahhh, eu acho.
Quanto as intertextualidades que eu comecei a falar e depois me perdi no meio do caminho era o seguinte, com a literatura a gente consegue traçar os paralelos, apontar os trechos e dizer que tal coisa estabelece relação com tal coisa, já o cinema não, porque quando assisto filme a relação que estabeleço nunca é da cena, mas do que aquela cena me causou. Como, portanto, capturar em teoria aquilo que é sensação? A sinestesia foge à teoria.
3 comentários:
Até concordo que seja mais facil no cinema, mas na literatura também é possivel, é claro que não estou falando no senti nu e cru que podemos ligar algo que acontece num livro (com o encontrar um dragão), mas sim encontrar um dilema que parece ser um dragão para nós...
Penso que o cinema corte o "trabalho" de pensar na cena, pois ela já foi feita e filmada, mas no livro, você emerge dentro do nosso imaginário para recria-lo, as vezes criando várias possibilidades...
Acho que viajei um pouco na maionese.
Fique com Deus, menina Dai.
Um abraço.
Daniel Sávio,
não viajou não, tá certinho. Acho que as palavras trabalham pra criar aquilo que é o objeto máximo do cinema: as imagens.
E é por isso que existem as metáforas, é a tentativa da signo em transpor o próprio limite da língua a que faz parte.
Eu também acho que o cinema corta este trabalho, que a imagem já está lá e também acho que na literatura seja possível fazer as ligações, o que eu acho é que é mais 'fácil' dizer aonde você encontrou, qual trecho, é possível reconstituir caminhos atráves do texto, já no cinema eu acho um pouco mais complicado porque muitas vezes parte de uma sensação que você teve com a cena, por exemplo, é complicado você dizer que o jeito que a câmera estava e a luz que estava de tal forma te lembrou X coisa que você relacionou com outra, entende?
beijo, e é bom te ter como leitor!
Eu entendi si, mas no caso do cinema, penso eu, que acaba cortando a ligação com a cena em si, mas criando conexão com as falas, os sentimentos que sentem naquele momento, algo se olhar no espelho e se achar igual (mesmo sabendo que a imagem do espelho é refletido ao contrario, por exemplo, o que é mão esquerda nossa é mão direita da imagem do espelho e por ai vai)...
Fique com Deus, menina Dai.
Um abraço.
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