domingo, 24 de abril de 2011

Quem vive de passado é museu.

E nos últimos meses ouvi mil vezes: “o que você vai fazer em Cuiabá?”.

E eu respondia que ia assistir um casamento, e um casamento em que não serviriam álcool, e todo mundo olhava com compaixão, como se fosse horrível. Bem, não foi.

E vim, e assisti um casamento lindo, de uma amiga linda, cercada de amigos lindos. Revi todo mundo, e eu fotografava, e olhava as fotos e achava todo mundo lindo. E voltei a ser, pelo menos por um dia, a adolescente lá de Jataí, que ria de tudo, fazia graça pra todos e era o ser humano mais atrapalhado das redondezas. E revi amigas com quem mantenho contato, ainda que estejamos em mundos diferentes, que eu não tenha mais as mesmas crenças que elas.

E o reencontro se deu aqui, em Cuiabá, uma cidade estranha para todos nós, quente para todos os gostos, mas que carrega mais ainda do meu passado. Aqui eu vivi alguns anos da minha primeira infância, e estou postando justamente do shopping onde eu dava minhas voltinhas no carrossel, dos 2 aos 4 anos. O casamento foi numa chácara na mesma estrada onde meus pais tinham um sítio em que cheguei a morar, onde eu tinha uma vaquinha de estimação chamada Adriana, um cabrito chamado chocolate e uns 7 cachorros, os dobermans Diana, Magno, Bilu, Magno Filho e Bruma, e duas vira latas, a Peninha e a Lessie, e, finalmente no fim, a gatinha Mimi . Os noivos vão morar justamente no prédio onde meu avô morou. Eu já passei na porta do colégio onde estudei, e assim que entardecer, vou passar pelos prédios onde morei... Talvez seja muito passado para um feriado só, mas é bom ainda assim.

Porque não sou museu pra viver de passado, mas nem por isso vou perder o prazer de visitá-lo, e aproveitar as lembranças boas daquilo que passou.

E, vinte anos depois, amei Cuiabá.

4 comentários:

Atitude do pensar disse...

Porque os baús e as gavetas fazem parte da vida.
Eu vivi de passado durante um bom tempo, hoje não mais.
Porém, ainda abro as gavetas e os baús - quando necessário.

Unknown disse...

Eu gosto bastante do passado. Não sei ao certo se tenho sabedoria para conviver com ele, mas acredito que consigo estabelecer uma relação saudável entre passado, presente e futuro. E tento aproveitar da melhor possível o que me fez (e ainda faz) bem e enterrar o que me fez mal. Tenho amigos de infância que sei que estarão comigo até a terceira idade - faço questão disso. Mas não significa que estou fechada para o novo.

Imagino como deve ter sido gostoso pra vc, se encontrar com tantos "objetos" do seu "museu".

Acredito que conseguimos nos reencontrar em nosso passado.

Beijo!
:)

Mari disse...

Que lindo! Também adoro reencontros e lembranças antigas! =)

Alline disse...

Passado é bom pra visitar. Algum tempo lá faz um bem danado. Mas pra morar já não serve, tem muito pó... isso faz mal à saúde. ;)

Beijocas mis pra ti, Ana!