O perigo é que o consenso se torna de tão forma senso comum, e o que é comum começa a passar desapercebido, é como um vaso velho na sala: ele continua lá, você não pensa sobre ele e continua limpando toda a semana. Daí quando alguém diz: tenho um vaso na sala, você responde: eu também tenho, todo mundo tem. E então você continua com esse velho enfeite. E até aí, e mesmo até nesse momento que você está guardando algo obsoleto e que não pensa muito, ainda sim, isso não é um problema.
O problema é quando você não aceita coisas novas porque o vaso-clichê está ocupando um espaço, ou quando passa a julgar as pessoas que não têm esse vaso-clichê. O problema é quando o senso comum passa a pautar a sua vida. Sua vida para a ser um clichê de atividades.
Muito dos nossos hábitos, pensamentos, comportamentos, vieram como herança, um contrato social que a gente obedece e pronto. Coisas que variam de cultura para cultura. Coisas que variam dentro da própria ciência (chocolate mata hoje e amanhã ele salva). E que poderiam ser questionadas sim. Inclusive o que chamamos de erro, de absurdo.
Tipos de drogas, troca de casais, bebidas, até café da manhã mudam de lugar para lugar.
A sociedade ocidental, sobretudo, perdeu bastante de seus ritos, mas apesar de tudo, continua fazendo as mesmas coisas porque "meus pais faziam assim".
Obs.: Aquele programa Tabu mostra um pouco isso, o que é normal pra eles pode não ser pra gente e consequentemente, o que é normal pra muita gente, não é pra eles.
3 comentários:
Sou amante da filosofia. Sou contra o senso comum e sua banalidade.
Adoro o questionamento......parabéns pelo texto, longe do senso comum.
"Minha dor é perceber
que apesar de termos feito
tudo o que fizemos
ainda somos os mesmos
e vivemos como os nossos pais"
Adorei o texto!
:)
mto bom, dona Dai
o problema do clichê é qdo ele não é nosso, qdo ele "acontece" por "osmose", rs
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