Tema: E disse um
mentiroso: prefiro uma amarga verdade a uma doce mentira.
Geralmente antes de sair para o
trabalho, me olho cuidadosamente no espelho do meu quarto para ter certeza de que
não errei a mão no que escolhi vestir, no tom da maquiagem e coisa e tal - embora
eu nem sempre tenha sido assim, hoje que lido diretamente com o público, e eu
seja uma chorona por natureza, me visto de firme diante das eventuais críticas,
mas na verdade me derreto fácil por dentro - então, para proteger meu ego de
ameba, posiciono o espelho em outro canto do quarto para saber se sob outra luz
eu vou continuar vendo a mesma coisa, ou vou precisar acrescentar ou tirar algo.
E quantas vezes, com o espelho próximo
à janela, eu já não percebi um detalhe que eu não havia notado com ele no
lugar de costume?! Ou quantas outras vezes eu me encarei não mais que dois
minutos diante do espelho, para não ficar tentada a mudar aquilo que eu estava
disposta a assumir?! Ou quantas vezes,
ainda que sob todos os "ângulos", eu só tenha entendido que "algo" não me cabia quando eu não queria mais?!
A verdade é que há ocasiões em que estou disposta à verdade, aos detalhes, ao organograma, em saber onde errei, onde erraram e mudar tudo. Mas há outros em que minha disposição se limita a "viver a beleza
fosca do espelho longe da luz” e sair para o abraço, só isso.
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