quinta-feira, 17 de março de 2011

Um exemplo a não ser seguido

Pra mim, de todas as conquistas que nós mulheres viemos alcançando ao longos dos anos, a mais importante delas é a independência masculina. Em todos os sentidos: financeiramente, emocionalmente, etc. E é importante porque é também a mais difícil de se alcançar. Eu mesma reconheço minhas dificuldades nesse sentido. Mas acho que é ela que temos que trabalhar mais, porque através dela nos sentiremos plenamente livres, fortes e reconhecidas.

A mulher começa a vida (na maioria das vezes) dependente financeiramente do pai, que é quem a sustenta. Na nossa geração, não só do pai, mas também da mãe, já que nossas mães trabalham desde novas para nos dar a melhor educação, entre outras coisas. Depois, vamos crescendo e (também na maioria das vezes) corremos um grande risco de nos tornarmos dependentes emocionalmente de um homem (no caso das heterossexuais) com quem nos relacionamos - marido, namorado, ficante, rolo, seja lá o que for. Esse é um tipo de dependência que causa muitos estragos na vida de uma mulher. E saber ser livre nesse sentido é bastante complicado. Precisa haver um equilíbrio muito complexo. Mas não há dúvidas de que essa liberdade é tão buscada pelas mulheres. Se sentir bem consigo mesma, sem precisar de um homem para qualquer coisa que seja é o que queremos, não é mesmo?

Então, eu escolhi uma mulher que querendo fazer a coisa certa, na minha humilde opinião, fez o pior que poderia fazer: Bruna Surfistinha, ou melhor, Raquel Pacheco. Uma mulher que sai da casa dos pais para se ver livre, independente e não ter que dar satisfações a ninguém de sua vida e se torna dependente de não só um, mas vários homens. Sustentada pelo seu "trabalho" que se resume a nada menos que satisfazer os desejo sexuais de homens. Pra mim, a prostituição é a vergonha feminina. Podem me chamar de preconceituosa, de hipócrita ou o que quiserem. Mas pra mim, uma mulher que vende seu corpo ao prazer masculino vai totalmente contra ao que tantas mulheres passam a vida tentando mudar: a grande submissão feminina ao mundo masculino.

Tão submissa quanto a dona de casa, Amélia, - aquela que era mulher de verdade - que deixa sua vida de lado para cuidar da vida do marido, é aquela prostituta que se vende para qualquer homem que puder pagar. Qualquer homem! Sexo é uma coisa deliciosa. O momento do sexo é uma coisa muito siginificante tanto para o homem, quanto para a mulher. Porém, de modos diferentes. E a prostituta se priva desse momento para ser não o momento dela, mas sim, o dele. É ele quem manda, é a ele que interessa o prazer. Pra mim quem se submete a isso, não sabe o valor que tem uma mulher.

A partir do momento em que uma mulher se sujeita a fazer o que quer que seja para satisfazer os desejos (sexuais ou não) de um homem, ela se anula. Independente de estar ganhando dinheiro pra isso ou não. E os homens acham que só porque estão pagando, têm os direitos de fazerem o que quiserem. E estão errados? Claro que não. Nesse caso, a mulher e seu corpo se tornam um mero objeto comercial, de valor pré-determinado (em alguns casos, como o da Bruna, R$10,00). Não adimito uma atribuiçaõ de valor ao meu corpo. Jamais! Pra mim isso não se chama trabalho. Isso se chama submissão. E a pior delas!

5 comentários:

Daiany Maia disse...

Muito bom o texto.

Também não acho que isso seja uma opção válida. Nem sei se prostituição pode ser chamado de opção.

=*

Elaine Gaissler disse...

Ei Carol, tô contigo e não abro!...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Concordo com a maioria dos pontos do texto, mas discordo a respeito da independência total da mulher em relação ao homem. Acredito que todos nós homens e mulheres devemos ser interdependentes. Por exemplo, o marido e a mulher devem ser um, dependendo e se apoiando mutuamente. Ás vezes depender não é ruim, mas bom, apesar da palavra parecer ter sempre uma conotação ruim. Depender de Deus é maravilhoso, depender de um amigo é uma grande benção e depender de quem se ama é algo sem preço e de grande valor.

Luna Sanchez disse...

Carol,

Eu penso que as mulheres buscaram tanto essa independência, botaram tanta banca desnecessária que a coisa teve efeito inverso : o que se vê de homem dependente por aí é uma tristeza! =(

Quanto ao problema da prostituição, não conheço a história da Bruna, não sei se ela entrou nessa por escolha, mas em geral é a falta de opção que leva as mulheres a isso. Não acredito que alguém possa gostar de viver assim.

Um beijo.