segunda-feira, 28 de março de 2011

Indira Gandhi

Em um país cheio de divisões como a Índia, em que nascer mulher é um motivo de desgosto para toda a família; em que mães, pressionadas pela sociedade, matam suas próprias filhas para não serem abandonadas por seus maridos; em que a mulher é vista apenas como um encargo financeiro pelo pagamento de seu dote; em que à mulher não se é permitido pensar, e sua vida é decidida por seus pais e seu marido; em que não muito tempo atrás, viúvas eram queimadas vivas junto com o corpo de seus falecidos maridos; uma mulher se sobrepôs a todos esse cenário: Indira Gandhi.

Indira era filha do primeiro-ministro indiano, Nehru, e cresceu em meio a cenários políticos caóticos. Teve uma boa educação, ao contrário da maioria das mulheres indianas de sua época, estudando bom tempo na Europa. Casou-se com um homem de uma religião diferente da sua, um homem não escolhido por seus pais e que não pertencia à sua casta, o que era uma grande afronta para toda a população indiana.

Quando seu pai se tornou primeiro-ministro, Indira começou a ajudá-lo, exercendo o cargo de presidente do Congresso indiano, e, a partir daí, foi crescendo na política e adquirindo o respeito da população. Sempre lutou pelas causas que acreditava. Chegou a ser presa algumas vezes, mas em 1966, tornou-se primeira-ministra da Índia – o cargo mais alto do governo. Ocupou esse cargo até ser assassinada em 1984, por membros extremistas de sua guarda pessoal.

Não discutirei as estratégias e políticas de Indira, que muitas vezes foram duvidosas, já que foge do meu foco. O que realmente me impressiona e me encanta nela é a sua superação. Em uma sociedade totalmente patriarcal, em que mulheres são praticamente seres inanimados, Indira conseguiu passar por cima de preconceitos, lutar pelos seus ideais, e, o mais importante, conseguiu ser ouvida. Tornou-se uma das mulheres mais importantes do mundo.

Quando perguntada sobre as diferenças entre homens e mulheres, Indira respondeu: "Alguns dizem que a mulher não tem tanta força quanto um homem. Não sei, não posso dizer nada, nunca fui homem, mas eu tenho, com certeza, mais força física do que qualquer um daqui".

Indira conseguiu chegar aonde todos duvidavam que uma mulher pudesse chegar por acreditar em seu potencial, independentemente de seu sexo, sua casta, sua cor. Já é hora de todos pensarmos como ela e deixarmos a podridão do preconceito de lado.

5 comentários:

Anônimo disse...

Admiro profundamente Indira Gandhi.
Uma grande Mulher!
Beijo.
isa.

Daiany Maia disse...

Isso mesmo, Mari. É difícil ir além seja como for, né? É difícil muitas vezes ir além da impressão negativa que às vezes a gente constrói sobre a gente mesmo.

Belo exemplo,

beijo

Rafael disse...

Legal, Mari
Concordo com o seu ponto de vista..
Boa história
Bj

Unknown disse...

Isso aiii!
Por um mundo sem pré conceitos!! ;)

Elaine Gaissler disse...

Histórias assim podem nos dá uma outra perspectiva das coisas, não porque foi com uma mulher, mas porque uma PESSOA que poderia ter sido subjugada pela tradição (entre outras coisas) superou as barreiras que "potencialmente" a deteria.