Luísa tinha 13 anos e estava apaixonda. Ela via no sorriso largo de Gabriel um mundo de coisas coloridas que a faziam dançar sozinha. Ele mal sabia que ela existia. Talvez nem soubesse, na verdade. A não ser que, assim como ela, ele lembrasse daquele dia em que ela estava na biblioteca procurando livros de poesias quando esbarrou com ele entre as estantes, procurando livros de aventura. Desde então, Luísa não parou de pensar naquele sorriso largo.
Depois da aula ia ter ensaio da festa junina, mas Luísa ainda não tinha decidido se ia participar, porque ainda não tinha par - nenhum menino da sua turma a havia convidado pra dançar. Mesmo morrendo de vergonha, Luísa acabou cedendo à insistência das amigas e foi pro ensaio. Quando chegou na quadra veio a grande surpresa: Gabriel estava lá pra ensaiar e também não tinha par. Quase morrendo de vergonha por dentro e tentando controlar a respiração ofegante de nervosismo, Luísa avisou a professora que estava sem par. Imediatamente ela a pegou pela mão, a levou até Gabriel e disse:
- Gabriel, te arrumei um par. E não é qualquer um hein? Essa é a Luísa, do sétimo ano B. Não é linda a sua parceira?
Ele a olhou tímido e sorriu:
- É sim, fessora. Obrigado. Vem cá, Luísa, vamos entrar na fila.
Quando Luísa encostou sua mão na dele, teve medo de desmaiar, mas pegou fôlego e conseguiu se controlar. Ela mal conseguia prestar atenção nos passos e nem se preocupava direito com a dança. Desajeitada, fez Gabriel se divertir e achar graça naquela menina tão calada e tão bonita.
No dia 13 de junho, Luísa saiu de casa com um vestido lindo de chitão e duas tranças com laços de fita vermelha nos cabelos. A festa estava linda! A escola toda enfeitada de bandeirinhas e balões. O cheiro gostoso da pipoca e da canjica estavam em todo lugar. A fogueira iluminava a quadra e esquentava as mãos geladas pelo frio. Só as de Luísa permaneciam geladas, pela emoção de saber que iria encontrar novamente as de Gabriel.
E começou a quadrilha! Damas ao lado dos cavalheiros e Luísa numa felicidade só. De braços dados com seu primeiro amor, Luísa balançava seu vestido de chitão. E foi no meio do balancê que Luísa ouviu o que fez seu coração disparar:
- Luísa, quer namorar comigo?
Ela deu-lhe seu sorriso doce e depois um beijo no rosto, cheio de carinho.
Quando chegou em casa foi direto tirar o Santo Antônio do castigo e contar pra sua avó que a simpatia havia funcionado.
3 comentários:
kkkk... Que história mais bonitinha rsrs... Amei!
bjs, Carol.
Post muito gostoso de ler! =)
Amei também!
Ai, Carol, quase chorei...ando emotiiiiiva.
Paixão é coisa boa, né? deixa a gente obsessiva...rs
E a fase que a gente não pode dizer pra pessoa? A gente fica querendo sempre encontrar a pessoa pelo acaso e perde todo o humor se não a encontra. É um momento meio doído mas bom demais.
Adorei o texto, uma abordagem muito criativa!
beijo
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