quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O Acaso e a ação

"A única coisa segura sobre a sorte é que ela mudará."
Bret Harte

     Eu gosto do Acaso, e eu gosto de depender dele. É muitas vezes uma postura cômoda, eu sei. Mas é que já tive experiências incríveis sobre como certas situações que eu nem imaginava caminhariam para coisas ainda maiores graças a meu lema de deixar “ao sabor do vento”, que fico tentada a esperar por ele.
     Sinto-me um pouco protegida.
     E, de novo, é uma atitude cômoda. Tantas vezes deixei de agir porque acreditava que daria tempo, que teria outra chance, que, de um modo ou de outro, as coisas dariam certo. Pode até dar certo, mas demora mais, você perde tempo, se desgasta, sofre, se perde, enfim, deixa de evitar coisas ruins que poderia evitar se tomasse para si a responsabilidade pelo próprio destino. 

"Eu acho fascinante que a maioria das pessoas planeje suas férias com mais cuidado do que planeje suas vidas. Talvez porque fugir é mais fácil que mudar."
Jim Rohn

     Esquivar-se de escrever o próprio enredo da vida é mais fácil mesmo. E achamos muitos motivos válidos para deixar para manhã o que se poderia ter feito ano passado. Encontramos desculpas plausíveis, convencemos aos outros e a nós mesmo. Adiamos o inadiável. 

“Resolvi colocar a verdade na frente dos meus olhos: tenho medo. Medo da vida, medo dos dias, medo de encarar que as coisas podem dar certo.”
 Clarissa Corrêa

     O adiamento é a salvação do medroso. Temos que admitir uma coisa: temos medo de ser felizes. Ser felizes além de. Você pode até dizer que não, que temos medo de sofrer e etc. e temos mesmo, mas no final das contas a gente tem um medo absurdo de que toda nossa teoria do que seja felicidade possa mesmo existir. E a gente duvida. Fica pensando que não é possível ter os instantes de felicidade que imaginamos. Se eu for feliz, o que vem depois? E é nesse instante que o boicote entra em ação e permanecemos estáticos.

"Eu posso mudar. Eu posso viver da minha imaginação ao invés da minha memória. Eu posso me amarrar ao meu potencial ilimitado ao invés do meu passado limitado."
Stephen Covey

     Criamos raízes. E não me refiro às raízes boas, as que criamos quando encontramos um solo bom. As que usamos para nos alimentar e que nos fortalecem. Não, me refiro às raízes que criamos e só servem para nos impedir de movimentar e cedo ou tarde morremos secos.
     O que passou - adivinha? -  Passou. Não há absolutamente nada a se fazer nele. O que dá para mudar são as consequências do nosso passado que estamos enfrentando no nosso presente. Essas sim, podem ser mudadas, mas choramingos não irão ajudar muito (ou nada).
     Se for pra ouvir a música: “o Acaso vai me proteger enquanto eu andar distraído”, combine com outra: “um belo dia resolvi mudar, e fazer tudo que eu devia fazer” . Aí sim tem-se a combinação perfeita.

5 comentários:

Lipe disse...

Juro por tudo que pensei nessas duas músicas hj de manhã.

Nem preciso falar minha opinião sobre o acaso.

Esses dias tenho aplicado essa teoria que você acaba de postar, ela funciona. Fikadika ae pros outros.

Satisfaça vontades. O resto que acontecer sem ação direta, chame de acaso.

Acaso precisa de ação.

Senão é marasmo. COmodismo como vc disse.

Obrigado pelas conversas sobre isso.

O texto está bem legal!

Lucão disse...

Sou preguiçoso, vc sabe!
mas gosto de ir abrindo o meu próprio caminho.
:)
A preguiça é mto específica, é pro trabalho.
E não me venha dizer que o trabalho dignifica o homem e bla bla bla...
Não tenho dignidade mesmo! hehehe
beijo!
Ótimo texto e citações idem!

Daniel Savio disse...

As vezes costumamos simples acostumar com ruim que é familia do que lutar felicidade que é estranha...

Fique com Deus, menina Dai.
Um abraço.

Laís Costa disse...

Texto redondinho... adorei o que vc disse combinado ao que os outros disseram, ótimas frases.

E agora, bora fazê uns exercícios de grego para encurtar esse caminho ?!! hehe, :P

bjoo
La

Mari disse...

Dai,

Texto perfeito! Concordo com cada palavra!
Essa coisa de acreditar que só o tempo resolverá tudo não tá com nada, temos que ir atrás! ;)

Beijos,
Mari 2