Tema da semana: Existe dignidade na dor?
Dizem que eu
ando perdendo muita coisa por aí. Concordo, já perdi um monte: perdi a chave de
casa, perdi um caderno, perdi uma blusa, perdi o celular, perdi uma caneta,
perdi a cabeça (de que adianta estar colada no pescoço?), perdi alguns amores,
perdi alguns amigos, alguns anos, dias, horas, perdi até um pouco da dignidade
e o respeito. Da vida aprendi isso, a gente perde e ganha, claro que ganhar é
mais saboroso, mas do perder a gente guarda uma lembrança que fica muito mais
forte do que tatuagem de chiclete.
Da dignidade
digo que nunca a perdi sozinha. Quando perco a dignidade vai um pouco mais,
deixo também o juízo, o amor próprio, a coragem, o respeito, a chance de ficar
calada ou vai-se o medo, a vontade e até um pouco do que jamais pensaria em ser
e fui. Do que ganhei quando perdi a dignidade foi um pouco de dor. Então pra
mim é assim, existe dor na dignidade.
E todas as vezes
que preferi me calar diante da dor foi para que de alguma forma conseguisse
restaurar a minha dignidade. Calei para que conseguisse ser digna de mim e dos
sentimentos que estavam acompanhando a minha dor. Então é, existe dignidade na
minha dor, uma dor que serve de aprendizagem, considerando todas as minhas perdas,
considerando o que de mim restou. Uma dor e uma dignidade que são carinhosas,
construindo o que de mais forte, pode haver em mim.
Um comentário:
A gente tinha que aprender a ficar mais quieta na dor, né? Não gosto de pessoas que fazem alarde com a sua dor, se gritar adiantasse porco não morria, é o que dizem os mais velhos, acredito um pouco nisso.
Mas você tem dignidade até quando perde, viu? rs
beijo
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