segunda-feira, 9 de julho de 2012

Conversa da batida

                                                  Tema da Semana: A história da música "Conversa de Botas Batidas".






Das conversas de fim de noite entre a Dai e eu.

Nara fazendo biquinho para o lado e jeito de decepção, olha pra Dai, que brinca com o canudinho da batida de morango. Dai diz:

- Que bebida mais frouxa, Nara.

Nara pensando na frouxidão, responde:

- Veja você, onde é que o barco foi desaguar.

- Nem me fale, a gente só queria um amor. Deus (Deeeeeeus?) parece às vezes se esquecer.

- Ai não fala isso.  Como diz a música, Dai, se eu peco é na vontade. Tem erro? Vai ver Deus tá focando é no pecado.

- É que a gente gosta do estrago, Nara. Do que tira o ar, do que faz ser vida. A gente tem mania de deixar a janela aberta, de deixar o sol entrar e nem adianta o moço bater dizendo que a casa tá caindo. Diz aí, quem é maior que o amor?

- Pois é, eu já cansei dessa fuga faz é tempo. Desde quando amor tem que dar ruga? A vida não é mesmo passageira?

- Que preparem a avenida, estamos passando.

A bebida acaba, ouve-se o barulho do canudinho lutando contra a última gota. Bateu-se a bota da batida. 

Um comentário:

Daiany Maia disse...

Adorei nossa prosa!

A gente só quer um amor mesmo =)

beijo!