sexta-feira, 8 de junho de 2012

Sailing

Tema da Semana:
"Anseio de ir sempre além
Vontade de nunca parar
Jamais porto tão sedutor
A ponto de me fazer ancorar"
(O porto, Agridoce)
 
Já fui seduzida e aportei. Cortaram a corda e meu barco flutuou para longe. O corte não foi delicado, assim como o afastamento. Tempestade. Raios. Trovões. Mas meu barco não afundou porque eu... Porque eu sou como sou oras. Durona [?] Acho. 

Não era hora de ele afundar. Nem de eu aportar.
 
Depois disso, acho que as coisas nunca mais foram as mesmas. Acho que eu não consigo conceber essa ideia de criar raízes e parar, ver no que vai dar. Porque nada realmente parece interessante o bastante para me fazer ficar. Não é que eu seja exigente, nem  nada assim. Mas sei muito bem o que quero. O que não quer dizer que eu não abra concessões, é só que está ainda para vir aquilo que fará valer a pena abrir concessões.

Porque, com o tempo, a gente deixa de se contentar com migalhas - e passa a querer conhecer novos sabores de pães e bolos, sabe?

E me pergunto que se eu tivesse mesmo aportado, quantas coisas eu não teria deixado de viver? Porque muita do que vivi nos últimos anos tem a ver justamente com essa coisa de barco a deriva, que embora receba convites:

- Fica.
 
Prefere ir audaciosamente onde ninguém jamais esteve.



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