Essa coisa de pecado é complicada, não é? A origem da palavra remete à ‘errar o alvo’. E acho que a origem das coisas sempre dão o tom correto para tudo. Pois bem, errar o alvo é mirar para ele e não acertá-lo, quero dizer que primeiramente para errar alguma coisa, sobretudo um alvo, a intenção era acertar. Você pega o arco da vontade, apoia a flechinha da intenção, mira no alvo da vontade e acerta ou não. O pecado é quando erra.
E fica mais bonito assim, não acham? Já não é uma ordem quem vem de fora para dentro, mas de dentro para fora, é você quem segura o arco, é você quem tenta acertar e quando erra, é você quem primeira se decepciona.
Mas e quando a pessoa não percebe que errou?
Sim, tem gente que mesmo que seu dardinho passe a três metros de distância, ele sorri e pergunta a quem está ao seu lado:
- Você viu que beleza de acerto?
Razão disso, a vaidade. Mas eu não quero falar dessa vaidade que faz a pessoa ‘tampar o Sol com a peneira’, mas quero falar da vaidade específica que é do excesso de se cuidar.
Atualmente, a linha que separa uma coisa da outra é muito tênue. Parece que o parâmetro está a tanto tempo perdido que mal a gente consegue saber o ponto certo, o equilíbrio, o que é se cuidar-se e o que é ‘paranoiar-se’.
Dietas de mais, maquiagem de mais, marcas de mais e dívidas de mais, muitas vezes. E por fim, felicidade de menos, pessoas vaidosas em excesso não conseguem ficar felizes por muito tempo. A felicidade sempre está no próximo sapato, na próxima blusa, no próximo rímel supersônico. A vaidade acha que “apesar de já ‘estar’ maravilhosa” é preciso ‘melhorar’, e melhorar é ter aquilo que não se tem, inclusive o namorado da amiga, que é ótimo.
O equilíbrio é um desafio em qualquer aspecto da vida, mas em relação a como nos vemos no espelho, quem somos, é essencial.
3 comentários:
O problema mesmo é não nos darmos conta de nós mesmos. Não nos conhecermos. Isso, sim, é perigoso e causador de todos os desencontros.
Belo texto!
Infelizmente, a vaidade acaba se aliando com outras, ai que é o problema, quando dois pecados se retro alimentam...
Fique com Deus, menina Maya.
Um abraço.
Adorei...simples e objetivo...
Concordo plenamente que essa busca pelo equilíbrio é essencial.
bjos
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