Tema da semana: Desespero.
“Só uma vez fiquei realmente desesperado e cheguei a atear
fogo às vestes. Tive, porém, o cuidado de coloca-las bem longe.” Millôr
Fernandes
Queria eu ter a prudência do Millôr Fernandes, e manter uma
distância segura das coisas em que ateio fogo nos meus momentos de desespero. Infelizmente, esperteza não é meu forte...
Quando me torno adepta do desespero, não tomo cuidado algum, incendeio qualquer
coisa e acabo me queimando. No desespero de resolver as coisas, muitas vezes
aumento os problemas e não apresento solução alguma. Queimo coisas, e acabo
queimada, passando por louca, estranha e atrapalhada...
Millôr também diz que pouco se desespera, porque pouco espera.
Eu espero demais... Espero demais até de mim, porque espero um dia não esperar
tanto... E a espera por não esperar me dá desespero, porque creio que nunca
chegará o dia em que eu não esperarei nada da vida, do mundo, das pessoas... Me resta chegar na lanterna dos afogados...
2 comentários:
Eu, que tanto espero de mim e dos outros, me identifiquei totalmente com seu texto e sua concepção de lanterna dos afogados.
Ai, Ana! Amei esse texto!
Olha, eu sei que esperar coisas do outro ou mesmo de nós, às vezes cansa. Principalmente quando o que esperamos nunca acontece. Mas se deixarmos de esperar o que quer que seja de nós ou do outro, acaba a história. Talvez seja melhor esperar com mais calma, sem tanta pressa. Talvez assim o desespero possa ao menos ser controlado... quem sabe?
:)
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