quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

De hora marcada

Tema: "Ano novo, vida velha. A vida é mais do que calendários, fusos ou órbita gravitacional".

Carlos Heitor Cony



Sou uma pessoa completamente favorável a transformações. De todos os tipos. Transformações mexem comigo. E acho que algumas mudanças mínimas, como a disposição dos móveis no quarto ou de repente usar um batom de cor diferente podem ter uma influência absurda na vida da gente. Acho bacana o fato das pessoas enxergarem a virada do ano como uma oportunidade ou mesmo uma transformação em si. Realmente, a combinação 31 de dezembro e 1º de janeiro é bastante sugestiva pra quem quer mudar as coisas seja na casa, no corpo ou - melhor ainda - na cabeça.

É um bom momento para repensar o que foi feito e como foi feito no decorrer de um ano e traçar objetivos futuros para o ano que se inicia. Não vejo problema algum nisso e dizem os especialistas que essa prática é fundamental pra quem quer alguma coisa dessa vida. Porém, com os últimos tropeços que dei por aí, descobri que planejar, pensar, repensar e mudar de rumo quando necessário é bom sim, mas sem foco a gente se perde mesmo. E me reencontrar no meio de tanta gente, de tantas possibilidades, tem sido a minha cruz. Eu acho que o calendário e o relógio são instrumentos de medida de tempo perfeitos para a humanidade. Nós já temos essa natureza escorregadia, imagina se não tivéssemos alguma forma de controle? Não sei o que seria de mim.

Mas nesse ano, particularmente, não quero ter tanta pressa. E como já disse no Transbordando, não quero perder a noção de continidade que tem a minha vida. Mas também não quero me preocupar tanto com hora marcada ou datas. Preciso tomar cuidado pra não me atrasar, mas não quero chegar antes do momento e dizem por aí que um dia ele chega. Pode ser nesse ou no próximo ano, mas um dia o tal momento chega. Então eu vou ficando por aqui, fazendo minha parte para que aos poucos esse tal momento chegue e chegue do jeitinho que eu espero: meu.

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