quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Vamos parar de bater na mãe?



A humanidade é uma filha desajustada que adora bater na mãe natureza. Não me chame de exagerada, nem coloque a culpa no sistema! Não estou falando apenas das empresas pós -graduadas em irResponsabilidade ambiental, mas também do pai de família habituado a jogar lixo pela janela do carro, dos “imprimidores” compulsivos, das famílias que não separam o lixo pra reciclagem e por aí a lista vai longe, infelizmente.

Uma iniciativa bacana é a dos Institutos de Permacultura, existem 10 na nossa pátria amada e idolatrada, um  aqui em Goiás,  em Pirenópolis, o IPEC .  Aí você me pergunta: o que é Permacultura? Aí eu te respondo: parar de bater na mãe natureza! Não é o sonho de todo filho não psicopata?

Tirando um pouco da poesia das fontes e indo direto ao ponto: a permacultura é um método que busca desenvolver  sistemas ecologicamente corretos, socialmente justos e ao alcance do seu bolso! Maravilha, não? Ainda está parecendo algo distante?  Na verdade, recomendo uma visita a algum Instituto de Permacultura para você sentir a vibe “we can do it!” da permacultura, mas farei a minha parte e pontuarei algumas coisas interessantes que você vai encontrar por lá! O Ipec te mostra uma eco vila amiga do meio ambiente (claro Ana Boba, se é eco vila é ecológica, se é ecológica é amiga do meio ambiente), e eu vou te contar umas coisinhas a respeito!

Sabe o que é adobe?  Não, não estou falando da empresa do acrobat, aquele programa que você usa para ler seus documentos em pdf.  Adobe é um dos mais antigos materiais de construção, sabe quando a gente estudava o Antigo Egito e a Mesopotâmia?  Sabe os rios amigos, Tigre e Eufrates?  Pois é,  o adobe já era utilizado naquela época!  O adobe é uma construção feita de solo argiloso. Infelizmente ele não é perfeito, por isso inventaram o superadobe,  uma técnica de construção que utiliza areia, cimento, arame farpado, saco polietileno e barro (solo do terreno). As ferramentas utilizadas são de última tecnologia: peneira, pá, enxada, pilão...  Sim, você precisa de conhecimento técnico pra aplicar isso, mas se houver vontade, o Ipec te ajuda! A técnica é simples, não é necessário ter grandes conhecimentos em construção civil, além disso, é barata e ecologicamente correta, pois dispensa  um processo de industrialização. Contudo, dependendo do seu gosto arquitetônico, a coisa fica complicada! Pro meu gosto de quem anda nas nuvens tá ótimo, pois as construções ficam tipo casas fofas de contos de fadas,  sabe? Acho lindo! Meio arredondadas e super charmosas! Vai lá no Ipec, pois  eu sou péssima pra descrever!

O Superadobe é muita viagem pra você? Tá, eu entendo! O mundo está cheio de casas quadradas e é muito complicado ser redondo em um mundo quadrado! E captação de água da chuva? Rola, não rola? Conheço uma empresa que implantou a um custo muito simpático, com a ajuda das cartilhas do Ipec. A captação é feita através de tanques de ferrocimento, que são construções baratas, a água coletada é direcionada para banheiros, irrigação e para lavagem de peças na produção. Um charme, não?

Ainda está complicado? Vamos tentar o básico 1 da ecologia: separar o lixo. Meu bem, você pode! Eu sei,  espalham por aí uma fofoca de que não adianta separar o lixo, pois o caminhão de lixo troglodita vai misturar tudo depois. A idéia é ser mais esperto que o troglodita e não entregar tudo de bandeja pra ele mastigar!  Aqui em casa separamos os recicláveis e o lixo orgânico, os recicláveis vão pro catadores e o lixo orgânico fica de quatro a seis meses confraternizando com a terra, e depois  reforça a saúde de uma árvore, do jardim ou das hortinhas do meu pai. Dá trabalho? Sim! Vale a pena? Vale! E ainda assim eu me sinto uma filha monstra que bate na mãe natureza, mas pelo menos sei que faço uns carinhos de vez em quando!

Infelizmente, meus conhecimentos sobre permacultura são muito superficiais, nem sei se posso chama-los de conhecimentos. Mas sugiro uma visita a um instituto de permacultura, caso haja oportunidade. Principalmente se você vai construir uma casa, ou conhece algum filho não psicopata da natureza que vá fazê-lo e esteja disposto a direcionar esse seu amigo ao caminho da luz. O Ipec te apresenta um leque de possibilidades para parar de bater na mãe, e se você leu até aqui, provavelmente você não quer fazer parte do grupo do consumo desenfreado que surra a mãe natureza sem dó nem piedade!

Mais informações nos links:
http://www.ecocentro.org/inicio.do

2 comentários:

Roberto disse...

estive recentemente no senado(aquelas visitas típicas de família de interior a "capitar federar"). lá encontrei lixo separado entre secos e molhados, obviamente molhados são os bio-degradáveis e os secos os recicláveis. colocando em xeque a preguiça do Brasileiro, essa seria uma ótima idéia a ser implementada pois como você disse no texto acima, vale a pena e é bem mais simples que separar entre os 5 tipos.
aí sites e programas sobre o assunto que acompanho.*o programa passa na cultura.

ecopratico.com.br
planetasustentavel.abril.com.br

Daniel Savio disse...

Achei ótimo o texto, mas uma coisa Ana, mesmo que na cidade seja complexo ser mais natureba, nas fazendas acaba sendo mais atraente este tipo de técnica, pois evitar gastar e literalmente o material está no quital de casa...

Fique com Deus, menina Ana B.
Um abraço.