quinta-feira, 26 de agosto de 2010

O que você vê no espelho?


"Estar sempre de acordo consigo mesmo: não conheço melhor atestado de boa saúde."
François Mitterrand

Acredito que poucas coisas são tão nocivas para a saúde quanto o botãozinho da autoestima desregulado. O pior é que essa doencinha é um causado por vírus que atinge pessoas de qualquer idade, credo, sexo e etnia. Não interessa se é ruivo, gordo, magro, negro, oriental, com 1,70 ou 1,50 de altura. E por isso é mais difícil o diagnóstico, porque muitas vezes, aparentemente, não encontramos nenhum motivo para que a pessoa esteja doente. E muitos sintomas são tão facilmente mascarados que a gente pode se enganar.

Por exemplo, aquela menina loira, 1,75 de altura, olhos claros, corpinho de manequim e que sai quase todos os dias para baladas e chega carregada por alguns bons amigos que, claro, aproveitam para dar uma apreciadinha das boas curvas da garota enquanto esta está mais bêbada que peru em véspera de natal, tem um probleminha com a autoestima. Para alguns ela é uma pessoa que é moderna e vive a vida intensamente (o mesmo ‘viver’ intensamente que a Geisa disse ontem), que não se importa com o que os outros pensam. Mas ela, a loirinha, sabe que algo não está bem quando chora sozinha escondida no banheiro.

Aquele cara que vai na academia todos os dias, namora mas vive se gabando de quantas ‘mulé’ pegou na noite passada, também não está muito saudável. Nem aquele conhecido seu que diz que sempre tem que aprender mais, e no entanto vive arrotando citações de Nietsche, Foucault e  Hegel, e a cada dez palavras insere uma em alguma das línguas que sabe, sem motivo algum a não ser o prazer de mostrar que sabe, ficou imune, também está com uma desfunçãozinha.

Aquele primo que troca de emprego a cada duas semanas, dizendo que saiu porque o grupo estava o boicotando, de novo, também precisa passar por uma regulagem.

Muitas vezes a gente não entende porque uma pessoa tem complexos, talvez nem ela saiba. Mas o fato é que ter uma imagem correta de quem somos e de quem podemos nos tornar é fundamental para ser saudável. É por nos respeitar que passamos a cuidar do nosso corpo: por dentro e por fora.

3 comentários:

Lucão disse...

Não vou só comentar,vou tentar acrescentar uma reflexão de um ponto que vc abriu no último parágrafo.
As vezes a gente nao entende porque uma pessoa tem complexos e isso tb é um mal. É um mal até nao enxergar que as pessoas podem ter complexos e que esses complexos podem ter a culpa em uma família, em uma educação, um desleixo, um fora de eixo em algum momento... julgar as pessoas por conta dos seus complexos, sem tentar enxergar ou entender algum motivo do dito cujo é tb mto triste, eu acho.

:)
mto bom, minha querida.
beijo beijo!

Ana B. disse...

gostei do texto
e realmente o comentãrio do Lucão acrescentou muito

mas confesso que tenho uma tendência a julgar os complexos, ou teorizar sobre os complexos, daqueles que abusam de outras pessoas para reforçar a própria auto estima
realmente não entendo quem rebaixa a auto estima alheia em nome da própria autoestima...
mas é a vida!

=/

=*

Daniel Savio disse...

Penso que ter auto estima não é o mesmo que espalhar a própria fama (você não precisa que os outros afirmem o que você é, basta afirmação que você tem de si)...

Fique com Deus, menina Geisa.
Um abraço.