domingo, 1 de agosto de 2010

Desenvolvimento <> Crescimento

Assisti a uma palestra do Hugo Penteado (assista a palestra clicando aqui) e fiquei impressionadíssima, primeiro por se tratar de um economista, e segundo pela clareza de raciocínio e didática para explicar temas que, em um primeiro momento, parecem complicados para tratar.

Hugo Penteado publicou um livro em 1991 intitulado “Ecoecologia: uma nova abordagem” pela editora Lazuli. Acredito que tenha sido um dos primeiros economistas brasileiros a abordar a variável social e ecológica na Economia, um grande e necessário avanço.

Considero, opinião particular mesmo, o maior mérito do Hugo Penteado a distinção entre crescimento e desenvolvimento, que uma coisa não implica necessariamente na outra, que inchaço não acarreta em bem-estar e nem em qualidade de vida, em todos os aspectos. O mais interessante é que ele mantém essa postura como economista e não ecologista, ou seja, sua preocupação é ecológica, mas ele tem uma concepção de que não há como pensar o sistema econômico sem o social, sem sustentabilidade. E sistema econômico tradicional ainda pensava [e continua pensando] que os recursos naturais são inesgotáveis e surpresa: não são!

Hugo Penteado defende a teoria do Lixo Zero, que não existe o “jogar fora” que o planeta é um sistema fechado e não tem como jogar fora absolutamente nada, que estamos fazendo do mundo uma lixeira com nós mesmos dentro. Nós vivemos uma economia do descarte, e essa economia é altamente nociva, é ela quem acarreta todo esse desperdício, todo esse consumo desenfreado que faz com que a pessoa compre o que não precisa, reflexo (ou mantido, ainda não sei quem resulta onde) dessa economia são as propagandas que anunciam a nossa “necessidade”, que bombardeiam produtos ultra-necessários que a gente não via necessidade até um minuto atrás.

Para encerrar, o economista deixa claro que não é o mundo que precisa ser salvo: somos nós. O planeta já tem uma história de mais de quatro bilhões de anos e sobreviveu. E a gente? Com o impacto que causamos é muito fácil fazer previsões de “fim dos tempos”.


Acesse o blog do economista ecológico aqui

3 comentários:

Lucão disse...

gostei da teoria do penteado (que para o nosso tempo está mais para "descabelado").

tem um video da palestra, nao tem? tem sim, vc me disse. compartilha, compartilha?

beijos, qrida!

Daniel Savio disse...

Realmente é esta abordagem, não é o planeta que deve ser salvo, mas nós mesmos (bem como o restante dos animais e vegetais)...

Fique com Deus, menina Dai.
Um abraço.

Ana B. disse...

tipo "salvem-se, o planeta está bem"

o ser humano adora acreditar que dará um jeito nos lixos em que tem se atolado, ignorar que os danos ecológicos são prejudiciais a ele mesmo, etc e tal

embora eu não acredite em uma economia que de agressão zero ao meio ambiente, é evidente que existem mts atitudes cabíveis para pelo menos amenizar a agressão que o ser humano promove

enfim, esse tema dessa semana é mto bacana

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