Tema: Como o fato
de a gente estar inserida numa cultura machista faz com que tenhamos uma visão
distorcida sobre nós mesmas.
“Agora é hora de você
assumir
e sumir”
Não é novidade para ninguém e a frase é dita
por aqueles que possuem a personalidade inconfundível: seja você mesmo. Não
parece difícil ser e dizer parece mais fácil ainda, viver como realmente somos deveria
ser confortável, simples, seria usar de maneira saudável, feliz e satisfeita o
corpo que desfilamos por aí. Seria estar em paz com os pensamentos que formam
nosso comportamento e agir de acordo com o que chamamos de nossos valores.
Assumir o que somos sem dúvida alguma nos traz
certa paz interior, o sentimento de que estamos sendo sinceros com o mundo e
principalmente com o que chamamos de eu, mas ainda assim, por teimosia “natural” do homem, por preocupação
cultural e preconceitos formadores de opiniões massificadas, preferimos
esconder, mentir e fingir, e isso tudo, sem nem mesmo perceber. Colocamos a
máscara e cumprimos um papel social, e só assim somos aceitos, só assim somos
classificamos como seres possíveis de respeito.
Acontece que ser e existir de jeito diferente
daquele que é padrão é quase uma missão impossível. Crescemos ouvindo que homem
não chora, que menina brinca de boneca, que menino brinca de carrinho, mulher
bonita é aquela que possui traços brancos, cabelos dourados e lisos, que homem
tem que ser forte, que mulher é descontrolada, homem é racional, homem gosta de
futebol, novela quem assiste é mulher, que o homem manda, a mulher obedece, que
azul é cor de menino, que rosa é cor de menina. A gente cresce ouvindo que
normal é pessoas do sexo feminino ter relacionamentos com pessoas do sexo
masculino. Regra é regra, conceito é conceito, pré conceitos são pré conceitos
e não saia por aí fazendo o contrário, pois o errado é você. Seu papel é um,
seu papel não pode ser outro. Seu lugar é este, seu lugar não pode ser outro.
E aí, quando você resolve se assumir como
gente, o que te espera? Braços abertos? As comparações já estarão sendo feitas,
pois os padrões já existem. Então talvez, ao se assumir, você precise sumir
também. Ser invisível e não ser notado como aquele que é “diferente”. Porque vai incomodar, vai doer sair para ir trabalhar
pela manhã e ser observado por olhares ditadores, formadores de opiniões,
olhares que julgam cada passo, cada escolha que pensam que você faz. Vai doer
defender o que é seu. Vai ser difícil olhar no espelho, sentir o coração, se
relacionar, se aceitar. Afinal, querendo ou não, você também foi criado nessa
sociedade, você também julga e olha torto. Você também tem umbigo.
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