Era um homem persistente. Insistente. Determinado. Talvez até um pouco turrão, mas, sabe como é?, era o gênio forte, signo de fogo, conhaque no fim do dia. Sempre que começava uma coisa, ia até o fim. Mesmo quando o negócio desandava: para ele, era uma questão de princípios terminar o que havia começado. E assim sempre ia até o fim.
Era um homem bom, mas errava muito, deveras, repetidamente. E, com o passar o tempo, começou a marchar rumo ao fracasso. Tinha um medo doído de fracassar como gente, como pessoa, como ser humano.
E sua vida foi tomando uns rumos perigosos, caía de erro em erro e, mesmo ao perceber que tudo ia de mal à pior, continuava cego e centrado rumo ao seu destino.
"Destino". Era assim que chamava as desgraças que iam lhe acontecendo e logo sua existência era queda livre no salão abafado.
Enxofre. O Diabo o esperava garboso:
- E o que vai ser?
E, não restando mais nada, o homem sorriu. Foi até o fim. Não havia mais caminhos para voltar. E queria? Já que estava lá, o negócio era ver um novo fim para perseguir.
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