terça-feira, 1 de junho de 2010

Once Upon a Time...

“Agora eu era o herói

E o meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy Era você além das outras três Eu enfrentava os batalhões

Os alemães e seus canhões Guardava o meu bodoque E ensaiava o rock para as matinês

Agora eu era o rei Era o bedel e era também juiz E pela minha lei

A gente era obrigado a ser feliz E você era a princesa que eu fiz coroar E era tão linda de se admirar Que andava nua pelo meu país.”

Chico Buarque de Holanda

Once upun a time... (era uma vez...) um príncipe que vivia em seu reino, todo cercado por altos muros que não permitiam vista alguma dos horizontes compridos de sua terra. Vivia uma vida monótona, entediada, até que um dia o príncipe tornou-se um bravo cavalheiro e se dispôs a viajar pelo mundo em busca de aventuras e amplos conhecimentos.

Posso dizer que já viajei muito pela vida. Já estive fora e dentro do Brasil, apreciando as belezas que o mundo nos dá. Anteontem, acabei de voltar de Ouro Preto – MG, e ainda trago a áurea daquela cidade histórica, tão bela e marcante.

É bom acreditar que é possível. É bom sonhar. É bom viajar. Afinal: “quem sofre sempre tem que procurar, pelo menos viajar, razão para viver.”(Tim Maia).

Pela minha vã opinião, acredito que não é tanto o lugar que torna as nossas viagens inesquecíveis, mas é o grau de liberdade que esse lugar pode nos dar.

Quando viajamos, adentramos em um mundo de fantasias onde tudo é possível. Quase tudo é permitido, poucas pessoas o conhecem, o tempo está ali, só para ser apreciado. E é isso que torna a maioria das viagens tão fascinantes.

É quando nos tornamos crianças novamente e podemos simplesmente apreciar um belo pôr do sol, a transparência das águas, a admiração profunda por um monumento histórico, o passeio ao lado de alguém querido.

O prazer vence nas viagens. Não estamos rodeados de obrigações que, se de longe fazem sentido, de perto parecem não fazer sentido algum.

Afinal, há sentido em perder um belo pôr do sol porque é necessário entregar um relatório cheio de normas e técnicas que não lhe apetecem de modo algum?

Há sentido em passar a maior parte de nossas vidas em serviços automáticos que realmente não são vividos por você? (Ou você vai querer me convencer que sempre está inteiro em suas obrigações.)

Não desmereço o trabalho. Algumas atividades são bem prazerosas e são elas que dão a medida do valor de um homem. No entanto, algumas funções deveriam ser realmente eliminadas, já que aproveitam pouca coisa de nossa capacidade criativa e inteligível.

Diante disso, só nos resta viajar e praticar o desprendimento. Indo de acordo com o vento, degustando os sabores das manhãs e, em alguns momentos, sendo plenamente feliz.

E foram felizes para sempre,

Tati Mitleton (o grilo falante).

2 comentários:

Daiany Maia disse...

Tati,

Acho mesmo que é o grau de liberdade que faz a viagem e também a nossa vida. Muitas vezes podemos viajar ou viver em um lugar pequeno e ainda sim nos sentirmos livres. E o contrário também, podemos viajar para o alto de uma montanha e ainda sim nos sentirmos presos.

beijos

Tatiane Mitleton disse...

Isso e verdade Dai. Acho que viajar depende de um desprendimento e um se lancar ao mundo.

Beijos, Tati