Tema: Como vai você?
Não, eu não preciso mais saber da sua vida, do seu dia, nem nada assim. Não, você não modificou a minha vida, mas talvez me tenha feito mais dura, mais bruta, mais fria. A sua ausência me traz a paz antes esquecida.
Então não preciso saber:
- Como vai você?
Tem sede? A sede de te amar passou. A vontade vem - e passa. Você foi desfazendo o laço por anos e quem o desfez de vez fui eu.
O tempo veio e afastou nós dois:
- Toma esse lenço e enxuga as mãos: você deixou o momento escorrer por elas.
E tudo ficou para depois, para amanhã, para um futuro incerto, futuro esse que não quero, desprezo, me cansa. E sei que gosto mais de mim do que [gostei de] você.
- Como vai você?
Você não vai dizer, nunca diz. Só o sorriso maroto de lado. Vazio. Nada vezes dois, três, cinco, mil.
E aí me chama para um café, partindo do ponto perdido onde paramos. E segura minha mão e me diz seguro:
- Como vai você? Eu preciso saber da sua vida...
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