Tema: Eu sambo mesmo.
Eu sambo, mas sambo
errado. Não que o errado exista, mas eu sambo de um jeito que foge das
convenções carnavalescas globais das mulheres de salto e pouca roupa com as
panturrilhas durinhas – não que eu ache feio, eu acho na verdade uma arte,
coisa de bailarina, eu só não consigo mesmo, me falta desenvoltura, classe e
disciplina. Eu sambo assim caminhando para trás, como quem dá ré. E quando vejo
estou longe, abrindo um caminho na contra mão. Não é charme, é jeito próprio. É
o jeito que dá. E sem desperceber eu ainda levanto o dedinho para cima e fecho
os olhos sentindo o gosto da cerveja na boca. Eu sambo com cara de quem não
sabe o que está fazendo. Não tô ligando pra nada. Sambar é viver, é ir pegando o ritmo devagarzinho,
é balançar os quadris, é ir até o chão e se precisar dar piruetas. E se cair,
levanta, Globeleza.
Um comentário:
Globeleza!
Eu também sambo assim. Mas depois de sentir muito o gosto da cerveja, eu viajo e acho que sou a própria globeleza e dou meu show. Nessas horas a gente nem desconfia do ridículo e experimenta um tanto bem bom de alegria.
:) Adorei!
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