Tema: limitações
Quando era uma criança meiga e
nem fazia idéia dos desdobramentos de uma competição_ isso lá pelos meus sete ou
oito anos_ minha escola levou os alunos para comemorar o dia das crianças (ou
do estudante, não me lembro bem!), numa praça pública.
Dentre as muitas atividades, eu
me interessei pela corrida em redor de toda a praça, então fiquei amontoada
com as outras crianças gritando “eu, eu, eu!” me voluntariei, mas a
professora que recrutava não me conhecia, e como havia outra Elaine no grupo, esta
foi chamada e eu entendi que eu havia sido chamada também.
Deu-se a partida.
Não demorou nada
para eu ficar comendo a poeira daqueles velocistas em potencial. E quando eu olhava
para os primeiros colocados, via a outra Elaine entre eles. Como ela era veloz! Deve
ter sido por isso que a professora a escolheu.
Enfim, eu que a princípio só
queria me divertir, me vi numa disputa acirrada pelo PENÚLTIMO LUGAR. Mas, o mais
curioso desse “doce” momento é que eu estava “focinho a focinho” com a
Rosilene, uma garotinha tão frágil!
Como eu não tinha consciência de
que eu poderia simplesmente parar, continuei dando o MÁXIMO de mim. Enquanto
isso, mil coisas passavam pela minha cabeça:
“Por que minhas pernas não
conseguiam ser tão rápidas quanto meus pensamentos?”
“Como meus coleguinhas não
perdiam o fôlego se eu mesma estava quase infartando?”
“Por que diabos minha professora só
ficava gritando _ vai loira?!”
(P.S: à época, eu não tinha os
cabelos descoloridos, logo, a torcida não era para mim)
Sinceramente? Não me lembro se
ultrapassei a Rosilene_ é sério! Mas a outra Elaine ficou em segundo lugar, disso não me esqueci. Memória seletiva?
Sei não. Só sei que foi exatamente ali naquela
linha de chegada que comecei a desconfiar de que eu jamais seria uma estrela do
atletismo, quanto mais uma pessoa popular!
Um comentário:
Todos passamos por essas sensações na infância. Seja na corrida, seja nas notas. kkkk
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