terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Eu não consigo


Tema: limitações

Quando era uma criança meiga e nem fazia idéia dos desdobramentos de uma competição_ isso lá pelos meus sete ou oito anos_ minha escola levou os alunos para comemorar o dia das crianças (ou do estudante, não me lembro bem!), numa praça pública.

Dentre as muitas atividades, eu me interessei pela corrida em redor de toda a praça, então fiquei amontoada com as outras crianças gritando “eu, eu, eu!” me voluntariei, mas a professora que recrutava não me conhecia, e como havia outra Elaine no grupo, esta foi chamada e eu entendi que eu havia sido chamada também.

Deu-se a partida. 

Não demorou nada para eu ficar comendo a poeira daqueles velocistas em potencial. E quando eu olhava para os primeiros colocados, via a outra Elaine entre eles. Como ela era veloz! Deve ter sido por isso que a professora a escolheu.

Enfim, eu que a princípio só queria me divertir, me vi numa disputa acirrada pelo PENÚLTIMO LUGAR. Mas, o mais curioso desse “doce” momento é que eu estava “focinho a focinho” com a Rosilene, uma garotinha tão frágil!

Como eu não tinha consciência de que eu poderia simplesmente parar, continuei dando o MÁXIMO de mim. Enquanto isso, mil coisas passavam pela minha cabeça:

“Por que minhas pernas não conseguiam ser tão rápidas quanto meus pensamentos?”

“Como meus coleguinhas não perdiam o fôlego se eu mesma estava quase infartando?”

“Por que diabos minha professora só ficava gritando _ vai loira?!”

(P.S: à época, eu não tinha os cabelos descoloridos, logo, a torcida não era para mim)

Sinceramente? Não me lembro se ultrapassei a Rosilene_ é sério! Mas a outra Elaine ficou em segundo lugar, disso não me esqueci. Memória seletiva?

Sei não. Só sei que foi exatamente ali naquela linha de chegada que comecei a desconfiar de que eu jamais seria uma estrela do atletismo, quanto mais uma pessoa popular!

Um comentário:

renatocinema disse...

Todos passamos por essas sensações na infância. Seja na corrida, seja nas notas. kkkk