quinta-feira, 7 de julho de 2011

Sobre a responsabilidade

Segundo o dicionário Priberan da Língua Portuguesa, consultado através do Google:




expectativa
   s. f.

1. Expectação; espera.

2. Esperança baseada em supostos direitos, probabilidades ou promessas.

3. Esperança.
4. Probabilidade.

Claro que o item 2 foi o que mais me chamou a atenção. Olhe bem: supostos direitos, promessas. É, esse assunto não é fácil. Como já foi dito durante a semana, só sendo muito tonto, ou mesmo carente pra se encher de expectativas acerca de uma coisa que nem sequer existe, concordo. Então, vamos nos limitar a pensar esse caso da maneira mais coerente possível, mesmo que na prática seja tão difícil encontrar tal coerência em assuntos tão delicados quanto esse. Desse modo, entendemos que uma expectativa não nasce sozinha. Ela vem acompanhada de alguma coisa. De alguma frase estrategicamente dita ao pé do ouvido, de um sorriso seguido de uma piscadela safada, de uma confissão no meio de uma noite de bebedeira, enfim, há inúmeras formas de se apertar o botão do "será"? 

Será que ele me quer? Será que ele me acha gostosa? Será que ele gosta de mim? Será que ele quer transar comigo? Será que ele que casar comigo? E aí a nossa vida fica toda assim, cheia de interrogações. E a gente responde a essas interrogações com exclamações positivas ou negativas. Então vem: acho que sim, ele me quer; não, ele não quer namoro, quer só sexo mesmo; acho que no fundo, ele quer se casar comigo, mas ainda tem medo. São inúmeras as respostas que criamos para perguntas que fazemos acerca do que pensa, do que quer ou do que planeja outra pessoa. E, convenhamos, o que planeja, deseja, ou pensa a outra pesoa, é um problema todinho dela. A nós cabe apenas o que depende de nossos desejos e planos. 

E por isso é que devemos esperar de nós, aquilo que queremos e podemos fazer. Se queremos nos apaixonar e nos entregar a palavras ditas ao pé do ouvido, por que não? Se no final das contas, por algum acaso não ouvirmos mais o que gostaríamos, simples, afastamos os ouvidos. Vamos embora e pronto. Simples assim. 

O que interessa, na verdade é que uma expectativa pode até ser criada a partir do outro, mas quem a cria, somos nós. Nós somos responsáveis por ela. O discurso "tu és responsável por aquilo que cativas" é lindo e encantador. Mas não funciona muito bem na minha realidade. Ou talvez seja eu que tenha essa mania doida de me responsabilizar por tudo, mesmo sendo tão irreponsável com tantas coisas, principalmente eu mesma.

2 comentários:

Ana B. disse...

é...

sabe, tava lembrando agora, esse lance de expectativas tem td a ver com marketing, é tipo a relação do cliente com as marcas e talz...

tá super relacionado com as promessas que são feitas, que ligam os botões do será

Unknown disse...

é verdade Ana! Eu queria ter explorado o tema não apenas pela ótica "romântica", mas acabei indo meio no embalo das postagens anteriores...rsrs

O marketing nos enche de expectativas. Acreditamos que com aquele sapato, seremos mais! Mais lindas, mais altas, mais sedutoras, mais confiantes... hehe

O marketing é danado mesmo!