terça-feira, 19 de julho de 2011

"Rótulos"

Se algo me irrita na vida é, sem dúvida, gente metida à analista da existência alheia e sem a devida permissão e competência.

Será que não se pode ser reservado e guardar os infortúnios, as “glórias” e as outras coisas, apenas para si? Ser introspectivo e discreto incomoda tanto?

Eu que tenho a natureza mais comedida ouço muito que “essas santas que são as piores”... O que é isso?!

Quando eu tinha 13 anos uma menina que estudava comigo comentou com outras que eu me fazia de "santinha" na escola, mas que devia ser a maior “galinha” da minha rua... Quando eu soube disso, eu não entendi o porquê do comentário e não consegui não lagrimar, se ela soubesse que eu sequer havia beijado até alí, aliás, isso só aconteceu cinco anos depois daquele episódio. Eu era só uma menina tímida, mas para ela eu devia ser como ela: comunicativa e AUTÊNTICA em todos os lugares_ como se a minha timidez fosse forjada, sinônimo de falta de caráter, vai entender!

Hoje, não choro mais ao ser rotulada; quem me conhece jamais diria que sou "santa" em um lugar e "demônio" em outro, porque eu sou apenas eu em qualquer lugar e em qualquer situação. Se me sinto confortável e considero apropriado faço até piada, se não, fico quieta e pronto, e não acho que isso seja uma espécie de dissimulação, acho até que isso mostra o quanto sou transparente.


5 comentários:

Unknown disse...

Também não gosto de rótulo, mas até prefiro que me chamem de quietinha, introspectiva e estranha do que de pra frente, comunicativa ou desinibida.

Elaine Gaissler disse...

Oi Carol, taí uma coisa que eu não lido bem, preferiria que não falassem nem mal nem bem de mim, na verdade, se eu pudesse escolher um "super poder" escolheria ser invisível, e eu nem me valeria disso pra invadir a privacidade alheia, mesmo!

Mas agora tento abstrair o indesejado e vou seguindo, embora não possa dizer que deixei de me importar, só não é mais como antes...

Abraço.

disse...

Acho até "natural" termos os nossos conceitos prévios em situação de pouca informação.
Mas nesse teu exemplo, a questão foi de índole mesmo né, o "deve ser" sem fundamento é cruel.

Daiany Maia disse...

Bom, eu sou super analista de perfis alheios, se me disser o signo então, aí faço uma lista até de sabores de sorvete que a pessoa "deve" gostar...rs

Mas nesse seu caso aí a menina tava mesmo era com uma enorme dor de cotovelo.

=*

Elaine Gaissler disse...

rs... O curioso, Dai, é que ela era uma das meninas mais bonitas da escola...