domingo, 24 de julho de 2011

Eu perco

Tema da semana: perda.

Acho que, com esse tema, perco a ironia e perco o sarcasmo...


Na vida, em geral, perco o chão, perco a noção, perco a cabeça...  Se eu fosse a Adriana Calconhoto perderia as chaves de casa e o freio também. O medo, ele eu nunca perco! Maldito!

E a dignidade? Na verdade, eu creio que nunca perdi. Já cometi deslizes na vida, mas sempre procuro consertar as coisas, acho que isso faz parte de ser digno. E, se perdi a oportunidade de ser bem vista por alguém devido a esses deslizes, creio que não perdi grande coisa. Não entendo gente que dá o filme inteiro como perdido por causa de uma ou outra cena medíocre.


 Não acredito em perder pessoas. Não se perde aquilo que nunca se teve, e acredito que cada um pertence a si mesmo... Embora, pensando agora, tenha a impressão de que quase me deixei pertencer a alguém uma vez... Um pequeno deslize.


Perdi uma coisa recentemente, que tenho medo de que me faça falta. Veja bem, estou falando de uma coisa, e não de uma pessoa. É tipo uma capacidade de acreditar, algo nesse sentido... Mas estou procurando reencontrar. Assim como reencontrei minha fé, outrora perdida.

Perco tempo, isso é fato... Mas é difícil distinguir quem merece e quem não merece meu tempo, e muitas vezes eu mesma não me sinto merecedora, por isso durmo. Durmo em excesso, é verdade, mas não sou a menina que sorri enquanto dorme? De fato, sou mais feliz dormindo, e se é assim, talvez não seja perda de tempo.

É o que tenho a dizer sobre perda...

E como diria Clarice, minha querida Clarice: “Perder-se também é caminho”.
 
*texto anteriormente publicado no blog No Lipstick, em julho de 2010.

Um comentário:

Elaine Gaissler disse...

Mas não perde o bom-humor rs...
Ótimo post!