Se fosse só uma
pedra tudo bem, mas são pedras diárias, várias, de diferentes formas e
tamanhos. E pedra é pedra: é dura, sem vida, de formato estranho que pode ser
grande ou pode ser pequena, mostrando que já foi pedaço de algo grande,
mas que com o passar do tempo se desprendeu e perdeu-se por aí na vida. É
pedra. Se bater na gente dói. Pode fechar o caminho, esconder a luz e deixar
sem saída e no escuro. Pode ser o fim do caminho. E a água pode bater, bater,
bater até que fura – mas demora, anos e anos, milhões de anos. Acho que pedra é
careta, antiga e teimosa. Sendo pedra perdeu um pouco da mocidade, da leveza,
ficou presa e fragmentada. Perdeu vida e fica parada, acostumada com sua atual
situação de pedra pesada.
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