quinta-feira, 8 de março de 2012

Quem ama o feio, bonito lhe parece.

Tema: O que é Bonito - Lenine




Eu gosto é do inacabado
O imperfeito, o estragado que dançou
O que dançou...


A beleza está entre esses tantos aspectos da sociedade que sofreram diversas transformações ao longo dos anos e se encontram condicionados às influências midiáticas tão ferozes da pós-modernidade. É engraçado que no meio de tamanha diversidade do ser humano, seja eleito um único padrão de beleza e que as pessoas se reinventem todos os dias, a fim de seguir esse padrão. Não se trata apenas de uma questão de moda, tendências, estilo. Ser belo hoje se reduz a um formato pré-estabelecido que reina absoluto e exclui todas as outras possibilidades.

A maioria das pessoas corre atrás de um ideal de beleza que é no mínimo injusto com a humanidade e faz com que, de quebra, tudo o que estiver fora desse padrão seja rotulado como feio. Dessa forma, nos esquecemos de uma coisa simples, porém indiscutível: gosto é igual *, cada um tem o seu. É horrível admitir isso, mas até o gosto das pessoas acaba sendo influenciado por padrões criados pela mídia. De quem é a culpa? Será que somos tão ignorantes a ponto de aceitar e incorporar tudo o que nos é transmitido pela mídia?

Os conceitos de beleza ou feiura deveriam ser valores individuais e não compartilhados com pessoas que, no limite, são diferentes e, portanto, têm o direito de pensar de formas diferentes. Quem ama o feio, bonito lhe parece é a síntese cruel de que estamos presos a uma condição que não nos dá o direito de ao menos opinar sobre o que nos agrada esteticamente ou não. E nos livrar dessa condição é um trabalho de no mínimo, mais algumas centenas de anos. Não sei se tenho esperanças. É por isso que nos resta deixar de priorizar a estética e tentar cada vez mais cultivar a valorização da beleza subjetiva dos homens e de todas as outras coisas.

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