domingo, 5 de dezembro de 2010

Telefonema


Ele ligou, ela não ouviu.

Ele tentou mais uma vez, ela ficou com preguiça de atender.

Dois dias depois, ela resolveu retornar. Talvez ele estivesse precisando de alguma coisa. Ela não era uma instituição filantrópica, mas ainda tinha humanidade nas veias.

Depois do alô, ele agradeceu pelo retorno e blá, blá blá...

Ela não conseguia prestar atenção no que ele dizia, ela não se interessava mais. Ele não queria voltar, mas ele queria uma amiga. Ela não queria brigar, não queria voltar, não queria um amigo, ela só queria desligar o telefone e rir.

Ela não era fria o bastante para rir enquanto falava com ele, para rir quando ele dizia que a vida dele tinha mudado para pior. Ela não queria contar para ele que a vida dela tinha mudado para melhor.

Ela queria desligar o telefone, rir e voltar para a vida dela. A vida de não sentir falta dele, de seguir em frente e de, de vez em quando, se perguntar: “como eu consegui namorar aquele idiota?”.

3 comentários:

Elaine Gaissler disse...

Eita sensação boa a dela, hein?! rs

Ana B. disse...

pois é, pois é!
fiquei até com um pouquinho de inveja!

Daniel Savio disse...

A volta dos que não foram (ou que deveria entender que já foram)....

Fiquem com Deus, menina Ana B.
Um abraço.