Tema: "Te perdoo por pedires perdão por me amares demais, te perdoo"
A frase-título do post é uma citação do drama best-seller "Love Story" (1970) do norte-americano Erich Segal. Li quando tinha os meus treze, quatorze anos e, a despeito do alto grau de ingenuidade, desconfiei que tinha algo errado:
- Que diacho é essa associação entre amor e perdão?
Amar é ter que pedir perdão sim, senhor!
Quando fui ouvir essa música do Chico, alguns anos depois, a minha pergunta não mudou muita coisa:
- Que papo é esse de perdoar o outro por ele me pedir perdão?
Há alguém que me ama demais e pede perdão por isso. E perdôo essa pessoa. Ok. Por que amar demais seria um problema? Acho que o problema aqui não é amar demais, mas não saber amar direito. Ouço muito isso, que cada um ama à sua maneira, já que somos todos diferentes, mas tem coisas que eu já vivi e já vi acontecer e posso dizer:
- Isso não é amor.
Claro que cada um tem mesmo o seu jeito de expressar afeto, carinho e preocupação. Tem gente que nem mesmo expressa nada. E ama, do seu jeito. Será mesmo? Acredito que a maioria de nós não sabe amar direito e me incluo nesse "nós". Ainda estamos aprendendo.
O "amar demais" do qual fala o Chico, me parece algo prejudicial, nocivo, por isso pensei em alguém que não sabe amar: bate no parceiro, xinga todas as gerações, quebra coisas, faz intriga, dá show na rua, tem crises de ciúmees terríveis (sem qualquer razão), desconfia, maltrata, agride, sufoca... e assim vai.
Isso não é amor. Pode ser qualquer coisa, mas não é amor. Do contrário, se aceitarmos que todas essas coisas são normais, vamos continuar justificando tudo:
- Fiz isso, mas foi por amor.
Aí eu entendo esse perdão pedido por alguém que me parece, na verdade, não saber amar. E entendo o perdão dado por aquele que pode até amar o outro, mas talvez não ame a si mesmo.